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“Keir Starmer é um homem decente, com espírito de serviço público”. Foi assim que Rishi Sunak descreveu o próximo primeiro-ministro britânico depois de, na noite desta quinta-feira, ter perdido as eleições legislativas. Se pelo mundo a vitória do Partido Trabalhista foi capa de jornais, também as reações dentro do mundo da política internacional não pararam de surgir.

No Reino Unido, a ex-primeira-ministra conservadora Liz Truss, que perdeu o lugar de deputada ao não conseguir ser eleita por South West Norfolk, reconheceu a derrota e afirmou precisar de “tempo” para pensar no seu futuro político.

Em declarações à BBC, Truss reconhece: “Não cumprimos de forma suficiente as políticas que as pessoas querem“. A ex-chefe de governo referia-se à capacidade de baixar os impostos e travar a imigração.

“Concordo que fui parte disso, é absolutamente verdade. Mas durante os nossos 14 anos no poder, infelizmente, não fizemos o suficiente para dar continuidade ao legado que nos foi deixado”, afirmou.

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Questionada sobre se pretende continuar na linha da frente da política dos conservadores, responde que precisa de “um pouco de tempo” para pensar. “Tenho muito em que pensar. Têm sido umas semanas muito, muito agitadas. Não dormi na noite passada, por isso deem-me um pouco de tempo, mas de certeza que voltarei a falar convosco”, disse.

Em Portugal, França, Austrália e Canadá os líderes deram os parabéns a Starmer, deixando mensagens nas redes sociais. No X, o Presidente francês, Emmanuel Macron, que no domingo também enfrenta uma batalha eleitoral, afirmou que França vai “continuar o trabalho iniciado com o Reino Unido para a cooperação bilateral, para a paz e a segurança na Europa, para o clima e para a IA [Inteligência Artificial]”, na mesma linha de Luís Montenegro, que se compromete a “projetar no futuro a aliança mais duradoura do mundo”.

Também no X, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, felicitou Keir Starmer pela vitória “histórica”, afirmando que há ainda “muito trabalho pela frente para construir um futuro mais progressista e justo para as pessoas de ambos os lados do Atlântico”.

Na Austrália, o primeiro-ministro Anthony Albanese mostrou-se “ansioso por trabalhar de forma construtiva com o próximo governo” britânico.

Por sua vez, o candidato republicano a Presidente dos EUA, Donald Trump, deu os parabéns a Nigel Farage, que consegue a eleição de, pelo menos, quatro deputados (incluindo o próprio), sem nunca fazer menção a Starmer.

Numa mensagem na sua rede social, a Truth Social, Trump fala numa “grande vitória”. “Nigel é um homem que verdadeiramente ama o seu País!”,

Também a Ucrânia e Israel reagiram à vitória do Partido Trabalhista com Volodymyr Zelensky a congratular Keir Starmer e a deixar uma mensagem de agradecimento ao “bom amigo” Sunak. “A Ucrânia e o Reino Unido têm sido e continuarão a ser aliados fiáveis em todos os momentos. Continuaremos a defender e a promover os nossos valores comuns de vida, liberdade e uma ordem internacional baseada em regras”, escreveu no X, desejando “o maior sucesso” ao novo governo. Zelensky disse ainda aguardar com expectativa a oportunidade de trabalhar com Starmer em “estreita colaboração no reforço da aliança Ucrânia-Reino Unido” e no restabelecimento da paz e da segurança internacionais.

O líder da Ucrânia também agradeceu a Sunak pelo “apoio inabalável do governo britânico”, sob a sua liderança, e o envio de tanques e mísseis, assim como o apoio a nível de treino militar, lembrando o acordo bilateral de cooperação em matéria de segurança. Elementos que “a Ucrânia nunca esquecerá”. “Obrigado, Rishi”.

De Israel veio a mensagem de que o país quer aprofundar laços com o Reino Unido, com o Presidente Isaac Herzog a dizer que está ansioso por trabalhar com Keir Starmer. No X, sublinha que espera um esforço conjunto para trazer “os reféns para casa e construir um melhor futuro para a região”.