Centenas de trabalhadores da CP e IP reuniram-se esta quinta-feira em plenário, em Lisboa, onde aprovaram uma resolução entregue ao Governo, a exigir o fim das desigualdades entre as duas empresas e a admissão de mais trabalhadores.

O coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), José Manuel Oliveira, adiantou à Lusa que a iniciativa juntou entre 400 e 500 trabalhadores da CP — Comboios de Portugal e da Infraestruturas de Portugal (IP), na estação de Entrecampos, que aprovaram uma resolução para reivindicar “junto do Governo a necessidade de admitir mais trabalhadores e combater as desigualdades que hoje existem entre trabalhadores nestas empresas”.

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Para a Fectrans, CP e IP “têm de ser vistas como um todo, porque todas as categorias são necessárias” para a operação da CP. A resolução foi depois entregue no Ministério das Infraestruturas.

José Manuel Oliveira acusou ainda a CP de ter criado dificuldades “de forma ilegal” à participação de trabalhadores no plenário, tendo ameaçado com faltas injustificadas, uma vez que teriam de se deslocar de outros pontos do país a Lisboa.

A Fectrans garantiu que esta postura da empresa “vai ter resposta do ponto de vista jurídico”. A Lusa questionou a empresa sobre esta questão, mas ainda não obteve resposta.

O plenário desta quinta-feira foi convocado pelas comissões de trabalhadores (CT) da CP e da IP e várias organizações sindicais. Além desta iniciativa, um conjunto de sindicatos entregou à CP um pré-aviso de greve para os dias 22 e 24 deste mês.

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Em comunicado, a Fectrans tinha considerado “inaceitável” que depois da administração afirmar que iria estender, a todos os trabalhadores, um acordo com outra organização, “queira agora condicionar isso à aceitação da sua proposta de Regulamento de Carreiras que aumenta polivalência de funções e não valoriza a grelha salarial, medida estratégica para recrutar novos trabalhadores e manter os atuais”.