O secretário da Saúde e Proteção Civil da Madeira destacou esta quarta-feira que não há urgências fechadas nem fuga de profissionais para o setor privado na região e sublinhou o “salto qualitativo” na Saúde registado nos últimos 50 anos.

Pedro Ramos falava na Assembleia Legislativa, no debate na especialidade das propostas do Orçamento Regional e do Plano de Investimentos para 2024 sobre os setores que tutela, aos quais foram alocados 477 milhões de euros, mais 96 milhões do que em 2023.

De acordo com o governante, o Orçamento prevê a manutenção e o desenvolvimento dos diversos programas e projetos já em vigor, incluindo a recuperação de cirurgias.

Em termos de investimento, o destaque vai para o Hospital Central e Universitário da Madeira, atualmente em construção, que este ano vai absorver 46,4 milhões de euros, tendo já sido efetuada uma despesa na ordem dos 99,7 milhões.

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Os partidos com assento no parlamento da Madeira — PSD, PS, JPP, Chega, CDS-PP, IL e PAN — questionaram o secretário sobre diversos aspetos, com o partido que suporta o executivo a destacar o desempenho positivo no setor e a oposição a evidenciar vários aspetos negativos, como as listas de espera e as altas problemáticas.

“Este orçamento não traz nada de novo [para o setor da saúde]”, afirmou a deputada Sancha Campanella, do PS, o maior partido da oposição regional.

O secretário regional sublinhou, no entanto, que o objetivo do executivo social-democrata consiste em continuar a garantir o acesso da população aos cuidados de saúde, em valorizar os recursos humanos e aumentar a produtividade, sem colocar em causa a sustentabilidade do setor.

“Vamos a tempo de recuperar o tempo perdido”, afirmou, considerando o atraso na discussão do Orçamento, inicialmente prevista para fevereiro, mas adiada devido à queda do Governo Regional, na sequência do processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago, no qual o chefe do executivo, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido.

O parlamento madeirense aprovou esta quarta-feira na generalidade as propostas de Orçamento e de Plano de Investimentos da região para 2024, com 21 votos a favor do PSD e do CDS-PP e dez votos contra do JPP e IL.

Orçamento e Plano da Madeira para 2024 aprovados no parlamento regional

O PS, o Chega e o PAN, num total de 16 deputados, abstiveram-se.

As propostas de Orçamento, no valor de 2.195 milhões de euros, e de plano de investimentos (PIDDAR), orçado em 877,9 milhões, foram as primeiras apresentadas por um governo minoritário do PSD e previamente negociadas com partidos da oposição, no âmbito da elaboração do Programa do executivo para a legislatura 2024-2028.

A votação final global está marcada para sexta-feira, após o debate na especialidade, que decorreu esta quarta-feira à tarde e prossegue na quinta-feira.

O parlamento regional é constituído por 19 deputados do PSD, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega, dois do CDS-PP, um da IL e um do PAN. O PSD assinou um acordo parlamentar com o CDS-PP, insuficiente, ainda assim, para conseguir a maioria absoluta.