A ministra da Juventude e Modernização concordou esta quinta-feira com as críticas das federações de estudantes em relação ao atraso na implementação do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES).

“Têm toda a razão [federações académicas] quando se definiu este plano nacional, quando se conseguiu em 2018, antes do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), as camas foram anunciadas e ficaram por fazer”, disse Margarida Balseiro Lopes.

“Quando veio o PRR aproveitou-se e bem, é pena é que tenha vindo tarde esse financiamento para construir camas, mas lamentavelmente não se pensou que, das 18 mil camas que estão previstas no plano nacional de alojamento estudantil, há 11 mil novas camas e há 6.300 camas que são reabilitações, significa isso que, quando as camas estiverem a ser intervencionadas, vão deixar de estar disponíveis”, alertou.

A ministra da Juventude e Modernização falava aos jornalistas em Portalegre, à margem da reinauguração da pousada da juventude daquela cidade, que foi encerrada em 2012.

Margarida Balseiro Lopes fez ainda questão de sublinhar que o Governo está “numa luta contra o tempo” para dar resposta até setembro aos estudantes em matéria de alojamento.

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“Nós estamos numa luta contra o tempo, já temos falta de camas porque o plano nacional de alojamento estudantil, a execução do PRR, implica a indisponibilidade de centenas de milhares de camas e nós temos de encontrar uma resposta”, disse.

“Todos os dias estamos a trabalhar nesse sentido, em articulação com as universidades e com os politécnicos, nós estamos a fazer avanços todos os dias”, acrescentou.

O presidente da Federação Académica do Porto (FAP) deu na quarta-feira com nota negativa ao estado da nação por considerar que o ensino superior não está valorizado e criticou o “atraso crónico” na execução do plano do alojamento para estudantes.

Numa nota de imprensa enviada às redações, Francisco Fernandes alertou para o “atraso crónico” no PNAES e lembrou que os “altos custos” no acesso à habitação são uma “barreira no acesso ao ensino superior”.

Perante o difícil acesso à habitação, o presidente da FAP defendeu o aumento do parque público de habitação de “2% para 5%” e a duplicação da dotação orçamental do programa Porta 65, para apoiar o acesso de jovens até aos 35 anos.

Em relação à Pousada de Juventude de Portalegre, que reabriu após um investimento superior a 500 mil euros suportados pela Movijovem e que irá acolher estudantes no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior, a governante considerou que “vai dar resposta” aos alunos da região.

A pousada conta com um total de 42 camas, distribuídas por 12 quartos: sete múltiplos, quatro duplos e um duplo adaptado.