A autora portuguesa Catarina Sobral venceu, por unanimidade, o Prémio Nacional de Ilustração 2023 pelo livro “Fantasmas, Bananas e Avestruzes”, revelou esta sexta-feira a Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, que o atribui.

Em “Fantasmas, Bananas e Avestruzes”, Catarina Sobral aborda, para os mais novos, o tema das leis e das regras, porque é que existem, para que servem na sociedade e na relação entre as pessoas. O livro foi editado em 2023, no âmbito de uma coleção literária para a infância, intitulada “Missão: Democracia” e publicada pela Assembleia da República.

A linguagem visual de Catarina Sobral alastra por patamares de cada vez maior exigência, afirmando uma consistente estrutura intelectual. Estamos no território da grande ilustração com atitude. Este livro é um objeto cuidado, desde a escolha apurada do papel, ao próprio formato utilizado”, justificou o júri.

Naquela mesma coleção foram já publicados oito de 12 títulos, entre os quais dois que mereceram, segundo o júri do Prémio Nacional de Ilustração, menções especiais, pelo trabalho visual de Mariana Rio e Rachel Caiano.

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Os livros são “Leva-me ao teu líder”, com texto de Afonso Cruz e ilustração de Mariana Rio, e “E se fôssemos a votos?”, escrito por Luísa Ducla Soares e desenhado por Rachel Caiano.

Esta coleção, que se associa aos 50 anos da revolução de 25 de abril de 1974, convoca autores portugueses de várias gerações e sensibilidades artísticas, abordando questões que se relacionam com os 50 anos da História recente do país, sobre eleições, leis, ditadura, cidadania, sobre a Constituição ou a União Europeia.

O júri do prémio quis ainda destacar os livros “O ponto em que estamos”, de Bernardo P. Carvalho e escrito por Isabel Minhós Martins, e “I probably shouldn’t“, de Tiago Galo.

Catarina Sobral é distinguida pela primeira vez com o Prémio Nacional de Ilustração, mas o seu trabalho já tinha sido reconhecido em anos anteriores com menções especiais, nomeadamente com o primeiro álbum ilustrado, “Greve” (2011), e com “Tão Tão Grande” (2016).

Nascida em Coimbra em 1985, Catarina Sobral também já fez espetáculos de teatro e cinema de animação e assinou cerca de duas dezenas de livros ilustrados, vários traduzidos e publicados noutros países, como “Achimpa”, “Vazio”, “Impossível” e “Toi Toi Toi”.

Em 2014, venceu o prémio internacional de ilustração atribuído pela Feira do Livro Infantil de Bolonha (Itália), no valor de 21.000 euros, com o livro “O meu avô”.

O júri da 28ª. edição do Prémio Nacional de Ilustração integrou Susana Lopes da Silva, José Teófilo Duarte e Maria Carlos Loureiro, tendo analisado 65 obras de 56 ilustradores.

O Prémio Nacional de Ilustração, criado em 1996, tem um valor monetário de 10.000 euros; e prevê uma comparticipação de 1.500 euros para uma deslocação à Feira do Livro Infantil de Bolonha, que é também atribuída às menções especiais.

Em edições anteriores, o prémio foi já atribuído a nomes como Inês Viegas Oliveira, Ana Ventura, André Carrilho, Madalena Matoso, Ana Biscaia, André Letria, Teresa Lima e Manuela Bacelar, a primeira a ser distinguida, em 1996.