Que semana de sonho. Depois uma passagem menos conseguida pelos torneios de relva, Nuno Borges viajou até à Suécia para disputar o Open de Bastad como sétimo cabeça de série. No regresso à terra batida, o português começou por superar o italiano Andrea Pellegrino (2-0) e o compatriota Henrique Rocha (2-1) nas primeiras rondas. Com o nível a subir, mas igualmente no lado mais favorável do quadro, Borges bateu Timofey Skatov (2-0) e Thiago Tirante (2-0) e apurou-se pela primeira vez para a final de um torneio ATP.

Tenista Nuno Borges qualifica-se pela primeira vez para final de um torneio ATP

Contudo, como não podia deixar de ser, a tarefa do tenista de 27 anos não se perspetivava fácil. Pela frente, o maiato teve Rafael Nadal, um dos jogadores mais consagrados de sempre e o “rei da terra batida”. Apesar dos últimos anos terem sido marcados pelas lesões, o jogador de Palma de Maiorca apurou-se para a primeira final em dois anos e admitiu estar em excelente forma. “É sempre uma ótima sensação estar de volta à final. Ganhei quatro jogos seguidos, algo que não conseguia fazer desde há dois anos”, partilhou o espanhol após a meia-final.

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Esse fator tornava ainda mais histórico o feito de Nuno Borges, como o próprio admitiu após as meias-finais. “Só o facto de partilhar o court com o Nadal, especialmente numa final, onde ele já venceu, é um sonho tornado realidade. Vou tentar aproveitar ao máximo e ainda tentar jogar o meu melhor e vencer”, afirmou o maiato, que se tornou no quarto português a chegar a uma final do circuito ATP, depois de João Sousa (12 finais e quatro triunfos), Frederico Gil e Pedro Sousa (uma).

Nuno Borges entrou forte no encontro e, logo no primeiro ponto, forçou o erro de Nadal, mostrando desde cedo que ia criar dificuldades. No primeiro jogo, o tenista de 38 anos chegou a ter um ponto de break, mas não conseguiu converter. Borges fechou o jogo e, no serviço do espanhol, fez o break (2-0). De novo a servir, o português voltou a apresentar uma pancada mais comprida, com Nadal a aproveitar para forçar o erro e fazer o contra-break (2-1).

Insatisfeito com a demora do maiorquino antes do serviço, que aproveita os 25 segundos até ao limite, o português deu a resposta dentro de campo e voltou a quebrar o serviço (3-1). Seguiu-se novo serviço quebrado por Nadal e, com o espanhol de novo a servir, Borges voltou a conseguir o break com um grande amorti (4-2). Pouco depois, a normalidade voltou a imperar no desafio e o maiato venceu o seu serviço tranquilamente (5-2). Com bolas novas e a lutar para evitar o fecho do set, Nadal voltou a sentir dificuldades, mas conseguiu fechar o jogo de serviço (5-3). A servir para conquistar o set, o espanhol voltou a errar e Nuno Borges chegou à vantagem (6-3).

O segundo parcial continuou na mesma toada do primeiro, com Rafa Nadal a apresentar muitas dificuldades no seu serviço, apesar de ter conseguido resolver o primeiro jogo (0-1). Depois de trocarem os jogos seguintes (2-2), Borges conseguiu quebrar o espanhol no quinto jogo (3-2) e conseguiu uma vantagem confortável no seu serviço (4-2), colocando à vista a falta de forma do maiorquino.

Sem conseguir contrariar o ímpeto do português e cada vez mais em dificuldades, Nadal ainda lutou para evitar o break de Nuno Borges, mas não conseguiu parar o português (5-2). A servir para conquistar o maior troféu da sua carreira, o tenista da Maia não deu hipóteses à lenda do ténis e fechou as contas em 6-2. Com esta vitória, Borges vai subir ao lugar 42 do ranking ATP e atingir a sua melhor classificação de sempre.