17,09 graus Celsius. Foi esta a temperatura média do ar registada no mundo no passado domingo, pelo serviço Copernicus. Este é o valor mais alto desde que a agência começou a fazer estes registos.
O serviço Copernicus para as Alterações Climáticas, da União Europeia, regista os padrões de temperatura e de outros fenómenos climatéricos desde 1940. No ano passado, o recorde de dia mais quente tinha sido estabelecido na primeira semana de julho, nos 17,08 ºC. Entre os dias 3 e 6 de julho de 2023 quebrou-se o recorde de dias mais quentes de seguida.
Pelo menos até este ano. O diretor do serviço Copernicus antecipa que as ondas de calor registadas por todo o hemisfério norte durante esta semana — incluindo em Portugal — possam estabelecer um novo recorde.
“Quando se verificam estes picos, há uma tendência para estes se agruparem”, explicou Carlo Buontempo, em declarações à agência Reuters.
The world has hottest day on record: according to preliminary data from Copernicus, a new record global average temperature of 17.09C was set on Sunday.
If confirmed this would just beat the existing record of 17.08C set in July 2023. This is more evidence of climate change. pic.twitter.com/MiaxMNFdkY
— BBC Weather (@bbcweather) July 23, 2024
Apesar da centésima de diferença entre a temperatura registada em 2023 e a que se sentiu no domingo, Buontempo argumenta que, olhando para um período mais alargado, é possível identificar diferenças mais vincadas. “O que é assinalável é o quão diferentes são as temperaturas dos últimos 13 meses, relativamente aos registos anteriores”, acrescentou.
Os dados do serviço Copernicus revelam que todos os meses desde junho de 2023 foram os mais quentes desde que há registo, um aumento constante em relação à era pré-industrial. Contudo, em 2024, este aumento acelerou, algo que os cientistas atribuem ao fenómeno El Nino.
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Os cientistas identificam ainda a origem destes aumentos: a emissão de gases com efeito de estufa. “Como consequência do aumento de gases com efeito de estufa na atmosfera, vamos acabar por ver novos recordes a serem quebrados nos próximos meses e nos próximos anos”, alertou o diretor do Copernicus.
Numa tentativa de contrariar as alterações climáticas e os fenómenos extremos, como as ondas de calor, cientistas e ativistas do clima têm apelado que a comunidade internacional, e principalmente os países mais ricos, diminuam o consumo de combustíveis fósseis e apostem em mais energias renováveis.