Era uma corrida que começou a jogar-se ainda na qualificação. Max Verstappen foi o homem mais rápido de sábado no Grande Prémio da Bélgica, mas as alterações de componentes no Red Bull penalizaram-no em dez lugares — ou seja, deram a pole-position a Charles Leclerc e deixaram o tricampeão mundial com a tarefa de realizar um domingo de recuperação depois de três provas seguidas sem ganhar.

“Vamos ver o que conseguimos fazer. Não estou tão confiante como estava nos últimos anos, nestas corridas de ir de trás para a frente. Vejo esta corrida como uma corrida de controlo de danos. O ritmo da McLaren é muito forte, vão obviamente lutar pela vitória. Vai tudo depender da primeira volta que fizer, ficaria feliz se conseguíssemos igualar o ritmo de corrida deles. Mas não sei o que vai acontecer, a começar tão atrás e com pneus diferentes”, explicou Verstappen ainda este sábado, já com a informação de que iria arrancar em 11.º.

Max Verstappen penalizado em 10 lugares no GP da Bélgica de F1

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Assim, Charles Leclerc arrancava na frente do pelotão e seguido de Sergio Pérez, Lewis Hamilton, Lando Norris e Oscar Piastri, com a etapa de Spa-Francorchamps a surgir depois das tais três corridas sem vitórias de Max Verstappen: George Russell venceu na Áustria, Lewis Hamilton venceu na Grã-Bretanha e Piastri venceu na Hungria, um cenário pouco habitual nos últimos três anos de hegemonia absoluta do neerlandês da Red Bull.

Depois da chuva de sábado, o Grande Prémio arrancou com o sol a brilhar e a pista seca. Leclerc arrancou muito bem, consolidando a liderança, e Hamilton ultrapassou Pérez para chegar ao segundo lugar, com Verstappen a ganhar duas posições e a subir a 9.º. Hamilton só precisou de três voltas para superar Leclerc e conquistar o primeiro lugar, com uma ultrapassagem com recurso a DRS, e Zhou Guanyu acabou por abandonar devido a problemas no Sauber.

Carlos Sainz foi o último a parar entre o grupo dos candidatos ao pódio, passando pela liderança durante breves instantes, e Lewis Hamilton complicou as contas ao parar e regressar entre os dois Ferrari, deixando Oscar Piastri na liderança. O britânico não demorou a chegar ao segundo lugar, mas entretanto Piastri já tinha parado e deixado George Russell, o outro Mereces, no comando do pelotão. Pelo meio, Max Verstappen era 5.º, com Lando Norris a pressionar o Red Bull para ganhar posição.

Já pouco mudou até ao fim. George Russell foi o primeiro a cruzar a meta, aparentemente carimbando a segunda vitória da temporada e a terceira da carreira e vencendo o Grande Prémio da Bélgica, mas o golpe de teatro apareceu horas depois. Em comunicado, a Fórmula 1 anunciou que o britânico da Mercedes tinha sido desqualificado devido ao peso do carro, que era demasiado leve depois de terem sido retirados quase três litros de combustível — ou seja, que o verdadeiro vencedor era Lewis Hamilton.

A Mercedes perdeu a dobradinha, já que o britânico tinha ficado em segundo lugar na corrida propriamente dita, mas Lewis Hamilton arrecadou a segunda vitória da temporada, com Oscar Piastri a saltar para a segunda posição e Charles Leclerc, que tinha sido quarto, a subir ao pódio.

(artigo atualizado às 12h49 com a indicação de que George Russell foi desqualificado e Lewis Hamilton foi o vencedor do Grande Prémio da Bélgica)