Durante décadas, Recaro foi sinónimo dos melhores bancos de competição, envolventes e concebidos de acordo as exigências da Federação Internacional do Automóvel. A empresa alemã, fundada em 1906, evoluiu ao longo dos anos para fornecedor de tudo o que é assentos especializados, de aviões a comboios, passando pelos bancos de eGaming, vocacionados para os fãs de jogos de computador, integrando o Grupo Recaro.

A empresa germânica foi adquirida pelo fundo de investimentos Raven Acquisitions em 2020 e o resultado imediato foi a separação da divisão automóvel, que produzia assentos para carros de série, equipando os mais conceituados desportivos do mercado, de ambos os lados do Atlântico, e o consequente pedido de falência. É óbvio que o novo proprietário não se livrou da divisão automóvel da Recaro por não gostar do produto, ou por ter algo contra veículos desportivos ou carros de competição, mas apenas porque o mercado mudou e os clientes querem outro tipo de bancos, ou o mesmo mas substancialmente mais barato.

Além da extinção de 215 postos de trabalho e da perda de um ícone, os construtores de supercarros, especialmente os alemães, ficaram sem o seu fornecedor habitual e sem alternativas viáveis a curto prazo. E não necessariamente por ausência de outros fornecedores, mas sim porque não abundam empresas cujos assentos encham de orgulho os amantes de desportivos a ponto de os quererem montados nos seus carros.

A boa notícia, que vai permitir manter vivo o nome Recaro, é que a divisão vocacionada para a construção de bancos de avião e de comboio, a Recaro Aircomfort, sobrevive à crise, com fábricas na Alemanha, mas igualmente na Polónia, EUA, China e África do Sul. Igualmente activa continua a divisão de cadeiras de eGaming e cadeiras de crianças, ainda que aqui a Recaro forneça apenas a marca, sob licença, uma vez que a fabricação está a cargo do Grupo Artsana.

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