O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) disse esta sexta-feira que a EasyJet cancelou mais de metade dos voos agendados para os dias da greve de tripulantes, de 15 a 17 deste mês.
“Lamentavelmente, e apesar de ainda não constar das escalas dos tripulantes, vemos que à data de hoje a EasyJet já cancelou 164 de 308 voos que estavam agendados para os dias 15,16 e 17 de agosto”, denunciou o sindicato, em comunicado aos associados, a que a Lusa teve acesso.
O SNPVAC convocou três dias greve de tripulantes de cabine na EasyJet, entre 15 e 17 de agosto, após aprovação em assembleia-geral, com 99% de votos a favor, acusando a empresa de ignorar as várias tentativas de resolução de questões laborais, entre as quais a falta de pessoal e o aumento do número de horas de trabalho.
A paralisação tem início às 00h01 do dia 15 de agosto e fim às 24h00 de dia 17, para “todos os voos realizados pela EasyJet, bem como para os demais serviços a que os tripulantes de cabine estão adstritos”, em território nacional.
Na nota divulgada esta sexta-feira, o sindicato realçou que “as partes não estão amarradas a uma posição definitiva e poderão dialogar até ao dia da greve”.
“Pode ser árduo assumir culpas próprias, mas apenas assumir fatores externos como as causas dos problemas na operação não pode ser a resposta”, apontou o SNPVAC, adiantando que a classe dos pilotos “pondera avançar também para a greve”.
No pré-aviso de greve, o sindicato refere que as últimas reuniões com a empresa foram “inócuas em soluções” para os problemas de falta de estabilidade de escalas, de tratamento discriminatório relativamente aos pilotos nas compensações dadas no âmbito da disrupção de verão, de insuficiência de pessoal em todos os departamentos relevantes, ou de pressão para realização de horas extraordinárias para fins comerciais.
O SNPVAC denuncia também o “contínuo e penalizante aumento do número de horas de trabalho”, o recurso a instrumentos excecionais/de emergência de extensão de horário de trabalho como regra, para colmatar a falta de pessoal e também o “cálculo ilegal do subsídio de Natal nos contratos de trabalho intermitente”.
Já a companhia aérea manifestou-se desapontada com a “greve desnecessária” dos tripulantes de cabine, após ter instado o sindicato a retomar o diálogo, prometendo fazer de tudo para minimizar o impacto.
“Estamos extremamente desapontados com esta ação de greve desnecessária, especialmente nesta altura importante do ano, uma vez que já apresentámos soluções para abordar todas as preocupações levantadas pelo sindicato”, lê-se numa declaração oficial da companhia aérea, enviada à Lusa.