Moçambique registou 6,2 milhões de casos de malária no primeiro semestre de 2024, menos 22% em igual período do ano passado, e o número de óbitos provocados pela doença baixou para 196, anunciou esta segunda-feira o Governo.

“A malária continua a ser um dos maiores problemas de saúde pública no nosso país e, em parte, condiciona o nosso desenvolvimento económico”, reconheceu hoje, na província da Zambézia, o ministro da Saúde, Armindo Tiago, durante o arranque do programa de vacinação contra a doença.

O governante referiu que só nos primeiros seis meses de 2024 Moçambique registou cerca de 6,2 milhões de casos de malária contra oito milhões em igual período de 2023, o que representa uma redução em 22%. O país tem cerca de 33 milhões de habitantes.

O responsável acrescentou que no primeiro semestre de 2024 foram registados 196 óbitos intra-hospitalares contra 211 mortes em igual período de 2023, representando uma redução na ordem de 7%.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Os ganhos acima referidos resultam da utilização de intervenções combinadas e eficazes que têm impacto na redução do peso da malária no país”, afirmou o ministro, acrescentando que a nova vacina vai ser administrada em todas as unidades sanitárias da província da Zambézia.

Moçambique inicia esta segunda-feira a vacinação contra a malária no país, começando na província da Zambézia, centro do país, com um grupo alvo de crianças dos 6 aos 11 meses, anunciou o Ministério da Saúde.

“A seleção da província da Zambézia como pioneira está relacionada com o facto de ser a que tem o elevado peso da doença, medido pelo número de casos e óbitos”, referiu o governante, destacando igualmente que a vacinação vai-se expandir para todo o país a partir de 2025 em função do aumento da disponibilidade da vacina a nível global.

“A partir do próximo ano, a vacina será expandida para outros locais do país, em função das prioridades e disponibilidade da vacina no mercado”, refere-se.

Moçambique inicia hoje a vacinação contra a malária no país, começando na província da Zambézia, centro do país, com um grupo alvo de crianças dos 6 aos 11 meses, anunciou o Ministério da Saúde.

“A vacina contra a malária tem efeitos na redução dos casos graves e óbitos por malária”, pode ler-se num documento do Ministério da Saúde que acrescenta que a vacinação que arranca hoje representa um investimento, numa primeira fase, de 381.229 dólares (348 mil euros), financiados pelo Governo e pela Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi), entre outros parceiros.

A vacina contra a malária adotada por Moçambique “é de administração intramuscular” e o grupo alvo são crianças com idade compreendida entre os 6 e 11 meses de idade.

“Aos 6 meses fará a primeira dose, aos 7 meses a segunda dose, aos 9 meses a terceira dose e aos 18 meses a quarta dose”, explica o Ministério da Saúde.

Para as crianças que iniciarem a vacinação depois dos 6 meses, a segunda e terceira doses da vacina contra a malária “serão dadas com um espaçamento de quatro semanas entre elas, e a quarta e última dose com um espaçamento de seis meses”.

As autoridades moçambicanas anunciaram anteriormente que será utilizada no país a R21/Matrix-M, segunda vacina contra a malária para crianças, desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e aprovada em outubro pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A vacina a utilizar em Moçambique é a segunda recomendada pela OMS, após a RTS,S/AS01 em 2021, seguindo os conselhos do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização (SAGE) e do Grupo Consultivo de Políticas sobre Malária (MPAG).