As candidaturas do PS, da coligação AD e do Chega destacaram-se em número de presenças nas peças de informação de cobertura jornalística das eleições europeias de rádio de televisão, de acordo com a análise da ERC.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) divulgou esta terça-feira dois relatórios de análise de cobertura das 17 candidaturas que se apresentaram às eleições europeias 2024, os quais cobrem os noticiários de horário nobre da RTP1, RTP2, RTP3, SIC, SIC Notícias, TVI, CNN Portugal, CMTV e Porto Canal, e os noticiários diários matinais (08h00 e 09h00) da Antena 1, Rádio Observador, Rádio Renascença e TSF, emitidos entre 27 de maio e 7 de junho.
Na Antena 1 e na TSF foram também acompanhados os diários de campanha “Vamos a Votos”, “GPS Bruxelas” e “TSF Europa”, refere o regulador.
“Em termos gerais, conclui-se que, nas peças de informação de todos os serviços de programas considerados, as candidaturas do PS, da coligação AD [Aliança Democrática] e do Chega se destacam em número de presenças e que os cabeças de lista das candidaturas surgem como protagonistas na maioria das peças”, sintetiza a ERC.
“Nos noticiários analisados é residual a cobertura de acontecimentos ligados aos partidos extraparlamentares e as transmissões ’em direto’ tiveram pouca expressão, à exceção da TSF e da RTP3”, acrescenta o regulador.
A ERC considerou ainda, na sua análise, além do registo das presenças das candidaturas nos noticiários televisivos e radiofónicos, a participação das diferentes candidaturas nos espaços de entrevista, debate e comentário durante as fases de pré-campanha e de campanha eleitoral (4 de abril a 7 de junho).
Concluiu também que nos notíciários analisados “é residual a cobertura de acontecimentos ligados aos partidos extraparlamentares e as transmissões em direto tiveram pouca expressão, à exceção da TSF e da RTP3″.
Os temas nacionais “mais mediatizados nas televisões na campanha eleitoral são as políticas sociais, o desempenho das candidaturas e as manifestações de apoio à candidatura, enquanto nos temas com enfoque europeu sobressai a abordagem à questão dos populismos/nacionalismos”, acrescenta.
Na cobertura das rádios, as políticas para as migrações surgem como “o tema nacional mais destacado e o principal tema com enfoque europeu é a defesa e segurança na UE”.
Os serviços de programas SIC e CNN Portugal “foram os únicos em que se registou a presença de comentadores com pertença partidária, designadamente do PSD, do PS, da IL e do Chega”.
A ERC refere que, no período da campanha eleitoral, “todos os serviços de programas cumpriram a suspensão da participação de candidatos nos espaços e/ou programas de comentário“.
Mais concretamente, sobressai da análise que “os canais de serviço público (RTP1, RTP2, RTP3) deram visibilidade a todas as candidaturas dos partidos extraparlamentares” e que na “SIC, SIC Notícias, TVI e CMTV a representação da candidatura do Chega é protagonizada maioritariamente pelo líder do partido”.
A RTP, SIC e TVI, e os respetivos serviços de programas informativos, RTP3, SIC Notícias e CNN Portugal, organizaram e transmitiram seis debates a quatro entre os líderes dos partidos candidatos com representação parlamentar e o canal público “foi o único operador que realizou dois debates fora deste modelo, um com os representantes de todas as candidaturas de partidos parlamentares, outro com todas as candidaturas de partidos sem assento parlamentar, transmitidos na RTP1/RTP3″.
O Porto Canal realizou três debates com representantes dos partidos extraparlamentares, nomeadamente com a presença do VP, MAS, Ergue-te!, ND, RIR, MPT e NC; o candidato do PTP não respondeu ao convite desta estação televisiva” e a RTP1, a RTP3 e a CMTV “realizaram entrevistas com todos os cabeças de lista dos partidos com representação na Assembleia da República”.
A SIC Notícias “entrevistou todos os partidos com assento parlamentar, exceto o Chega, convidou ainda a cabeça de lista do ADN, Joana Amaral Dias”, e a TVI “ouviu os cabeças de lista da coligação AD e do PS”, sendo que “os restantes cabeças de lista dos partidos parlamentares foram entrevistados na CNN Portugal”.
O Porto Canal “convidou todos os partidos com representação parlamentar, por motivos de agenda, AD e Chega recusaram o convite” e a RTP2 e a SIC não realizaram entrevistas, adianta.
Na análise às quatro rádios, a ERC destaca que a “Antena 1 e a TSF deram visibilidade às ações de campanha dos partidos extraparlamentares”, a Rádio Renascença (RR) “registou referências ao ADN, MPT, ND e VP, enquanto a rádio Observador regista presenças do ADN, RIR e VP”.
Além disso, as “quatro estações de rádio em análise realizaram em conjunto um debate com todos os partidos com assento parlamentar”. A Rádio Observador “distinguiu-se ao realizar sete debates no modelo frente-a-frente entre os cabeças de lista das candidaturas durante o período eleitoral” e “o PS não participou por motivos de agenda”, acrescenta.
Além disso, “todas as rádios entrevistaram os cabeças de lista dos partidos candidatos, com exceção da Rádio Observador que, por motivos de agenda dos candidatos, não entrevistou o BE e a IL”.
A RR “foi o único operador que também entrevistou os candidatos dos partidos sem assento parlamentar”.
A Antena 1 e a TSF realizaram entrevistas com todos os cabeças de lista dos partidos com representação na Assembleia da República, a RR entrevistou representantes de todas as candidaturas, parlamentares e extraparlamentares e a Rádio Observador convidou todos os partidos com representação parlamentar, mas por motivos de agenda IL e BE não participaram, conclui ainda.