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Vem aí o A6 eléctrico da Audi e vai ser uma dor de cabeça para a concorrência

A Audi revelou o novo A6 eléctrico, concebido sobre uma nova plataforma específica, ao contrário dos rivais germânicos da BMW e Mercedes. Promete ser uma dor de cabeça para a concorrência.

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A Audi reorganizou as denominações dos seus modelos, reservando os números pares para os eléctricos, pelo que o novo A4 será movido a bateria, por oposição ao A5, que continuará a recorrer apenas a motores a combustão (além de híbridos e híbridos plug-in). O mesmo acontece com o A6, que será exclusivamente eléctrico, deixando para o A7 as versões capazes de queimar gasolina e gasóleo. O novo Audi A6 e-tron é o novo eléctrico da marca e o mais sofisticado — concebido sobre a nova Premium Platform Electric (PPE), já utilizada no também novo SUV Q6 e-tron e pela Porsche no Macan EV —, o que lhe confere óbvias vantagens sobre a concorrência da BMW e da Mercedes, ainda a recorrerem a plataformas multienergia.

Com 4,928 metros de comprimento e 2,950m de distância entre eixos, o novo A6 e-tron a bateria alinha pelos rivais germânicos BMW i5 e Mercedes EQS mas, ao contrário dos seus rivais germânicos, o Audi recorre a uma plataforma exclusiva para veículos a bateria, para mais das mais modernas (a PPE, em substituição da já ultrapassada e mais pesada MEB), enquanto os rivais alemães continuam a utilizar plataformas que permitem a adopção de mecânicas a combustão que, pelas suas características e versatilidade, acabam por comprometer o peso e, por tabela, a eficiência e a autonomia.

O novo A6 e-tron estará disponível como berlina com um Cx de 0,21 e ares de coupé, daí denominada Sportback — por possuir uma traseira mais inclinada e uma grande 5.ª porta lá atrás —, mas igualmente no formato carrinha, as tradicionais Avant deste construtor (com um Cx de 0,24), que se pretendem assumir como uma alternativa aos SUV e crossover, oferecendo mais espaço mas sem o maior peso e a maior altura, que limita as performances, capacidade de aceleração, comportamento e, por se tratarem de eléctricos, uma maior maior autonomia, tendencialmente uma das características mais apreciadas pelos clientes deste tipo de veículos.

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De momento, há duas versões disponíveis do A6 e-tron, ambas com as carroçarias Sportback e Avant e bateria com 100 kWh brutos (94,9 kWh de capacidade útil), mas com dois níveis de potência, designadamente a Performance com 367 cv e a S6 com 551 cv, sendo esta última a versão mais desportiva, de momento, situação que se manterá até que surja o RS6, tradicionalmente o mais rápido e possante.

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A6 acessível tem 100 kWh e 750 km de autonomia

A versão normal do A6 e-tron Sportback com 367 cv é alimentada por uma bateria com 100 kWh de capacidade bruta (94,9 kWh úteis), o que lhe permite anunciar 750 km de autonomia, segundo o método europeu WLTP. Além desta versão, que partilha a mesma plataforma, software, mecânica e bateria com o Audi Q6 e-tron e Porsche Macan EV, a Audi propõe logo de início uma versão mais desportiva, o S6, seguindo a tradição do construtor germânico.

O Audi A6 e-tron Performance, o mais acessível, que será proposto por cerca de 80 mil euros na Europa — é de esperar um valor similar em Portugal, dependendo do nível de equipamento a adoptar —, é capaz de atingir 210 km/h e superar os 100 km/h ao fim de somente 5,4 segundos, valores muito interessantes para uma versão de acesso à gama. Os rivais directos da BMW (i5 eDrive40) e da Mercedes (EQS 350+) reivindicam 193 km/h e 6,0 segundos e 210 km/h e 6,5 segundos, respectivamente, anunciando o BMW uma potência de 340 cv e 292 cv o Mercedes, contra os 367 cv do Audi.

O Audi é igualmente o que possui a bateria mais generosa, com 100 kWh/94,9 kWh de capacidade (bruta/útil), contra 83,9/81,3 kWh do i5 e 96 kWh de capacidade útil do EQE. Apesar desse atributo, o A6 não é o mais pesado (2250 kg), atendendo a que o i5, que possui um acumulador com uma capacidade 14% inferior, tem uma vantagem de somente 45 kg. Já o EQE, com uma bateria similar ao rival do Grupo VW, anuncia 2415 kg, ou seja, mais 165 kg.

Com a capacidade de aceitar carga até potências de 270 kW, por recorrer a um sistema eléctrico de 800V (em vez dos 400V dos seus rivais), o A6 Performance realiza carregamentos mais rapidamente mas, simultaneamente, também é mais eficiente, anunciando um consumo de 13,9 kWh/100 km, bem abaixo dos 16,0 kWh/100 km do i5 eDrive40 e dos 16,1 kWh/100 km do EQE 350+. E é esta maior eficiência que explica em grande parte a maior autonomia do Audi, que nesta versão anuncia uma notável autonomia de 750 km, bem acima dos 579 km do rival da BMW e dos 689 km do Mercedes equivalente.

A6 desportivo é para já o S6 com 551 cv

Para atrair os clientes que optam pela nova berlina eléctrica A6 Sportback e-tron ou pela carrinha A6 Avant e-tron — possuindo esta uma estética ainda elegante e atraente do que a berlina de cinco portas —, mas que fazem questão de não abrir mão de uma potência superior e praticamente ao mesmo nível do que a Audi nos habituou na gama RS a gasolina, o construtor propôs o S6 eléctrico. Se recordarmos que o último RS6 a combustão, recorria ao 4.0 V8 biturbo e usufruía de 630 cv para um peso de 2165 kg, o que lhe permitia atingir 280 km/h e ir de 0-100 km/h em 3,4 segundos. Face a esta que foi das mais potentes versões do RS6 a gasolina, o novo S6 a bateria oferece dois motores, um por eixo, e um total de 551 cv, o que apesar dos 2400 kg lhe permitem atingir 240 km/h e passar pelos 100 km/h ao fim de 3,9 segundos. Como não podia deixar de ser, de acordo com a imprensa germânica, a Audi estará a desenvolver um RS6 eléctrico com 800 cv para elevar ainda mais o nível de potência estabelecido pelo pelo novo S6 a bateria.

Proposto com carroçaria berlina e Avant, o Audi S6 é comercializado por cerca de 104 mil euros na Europa (espera-se um valor similar entre nós), assumindo-se de momento como o mais desportivo da gama. Isto coloca o novo eléctrico frente-a-frente com concorrentes como o BMW i5 M60 xDrive e o Mercedes-AMG EQE 43 4Matic, comercializados em Portugal por 116.500€ e 111.600€, respectivamente. Face aos 551 cv do S6 (com launch control, pois de contrário oferece 504 cv), que lhe garantem 240 km/h e 0-100 km/h em 3,9 segundos, o i5 M60 eDrive oferece 601 cv, 230 km/h e 3,8 segundos de 0-100 km/h, enquanto a Mercedes propõe duas versões desportivas, a AMG EQE 43 4Matic (210 km/h e 4,2 segundos de 0-100 km/h) e a AMG 53 4Matic (220 km/h e 3,5 segundos de 0-100 km/h).

O Audi S6 oferece a vantagem de recarregar a sua bateria a uma potência de 270 kW, contra 205 kW do BMW e 170 kW do Mercedes, o que reduz consideravelmente o tempo de espera necessário junto ao posto de carga antes de continuar a viagem. O S6 anuncia ainda um peso de 2400 kg (contra 2380 kg para o i5 — mas com uma bateria mais pequena — e 2535 kg para EQE 43 e 2540 kg para o EQE 53, ambos com um acumulador equivalente ao do Audi), o que não impede a berlina dos quatro anéis de reivindicar um consumo médio de 15,9 kWh/100 km, segundo o método europeu WLTP, substancialmente melhor do que os 18,2 kWh/100 do i5 M60 ou os 20,6 kWh/100 km do AMG EQE 43 e os 20,9 kWh do AMG EQE 53.

Paralelamente, o Audi S6 promete uma autonomia entre recargas de 670 km, um pouco abaixo dos 750 km reivindicados pela versão eléctrica A6 Performance, menos potente e com apenas um motor. Ainda assim, a vantagem face aos concorrentes germânicos é evidente, uma vez que o i5 M60 xDrive reclama uma autonomia em WLTP de 515 km, enquanto os AMG EQE declaram 504 km para a versão 43 4Matic e 500 km para a 53 4Matic.

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