Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, à chegada à rentrée do partido, em Quarteira, acusou o Governo de Luís Montenegro de ser “uma espécie de Governo toranja, laranja por fora e rosa por dentro”, e sublinhou que os liberais não têm “nenhuma vontade de acompanhar este tipo de visão do país”. Sobre o Orçamento do Estado, Rocha alertou que ou a AD apresenta um Orçamento do Estado “fiel à ideia de mudança do país” ou a IL “não viabilizará”.

“Os portugueses votaram para mudar, não votaram para mais do mesmo”, começou por dizer o líder liberal, para logo concluir que “aquilo que lhes sai é mais do mesmo”. “Aquilo que temos ouvido do PSD, nos últimos dias e nomeadamente no Pontal, é o oposto do que defendemos”, explicou, sublinhando que “falar de aumentos extraordinários de pensões sem falar da reforma da segurança social, falar de passes de 20 euros sem aumentar a oferta da ferrovia e falar de mais cursos médicos sem reformar estruturalmente o acesso à saúde em Portugal, é mais do mesmo, é o que António Costa faria e é o que António Costa fez“.

Questionado sobre que reflexo tem este afastamento da IL relativamente ao Orçamento do Estado, Rui Rocha garantiu que a posição da IL está “totalmente em aberto”, já que o documento ainda não é conhecido, mas fez notar: “A IL não viabilizará orçamentos que representem mais do mesmo, não temos tempo para insistir em soluções que não funcionam. Ou a AD apresenta um OE que é fiel a essa ideia de mudança do país que as pessoas quiseram nas eleições ou não viabilizaremos.”

O líder liberal considera que “em poucos meses o PSD perdeu totalmente a intenção reformista que dizia ter” e, mesmo frisando que “a bola está do lado de Luís Montenegro”, Rui Rocha esclareceu que “uma coisa é a IL contribuir com discussão e propostas para coisas que são menos relevantes”, outra é essas medidas serem suficientes para aprovar: “Aceitarem medidas menos estruturais não significa que mude a posição da IL relativamente ao Orçamento do Estado.”

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“Creio que o primeiro-ministro está a destrunfar tudo e mais alguma coisa para, se formos a eleições, ter um ascendente eleitoral. Mas isso não é governar em ficção dos interesses do país, é governar em função dos interesses do PSD”, alertou o presidente da Iniciativa Liberal.

“Queriam mudança? Saiu mais do mesmo.” IL afasta-se do Governo, cola PSD a PS e Montenegro a Costa