Era uma das decisões mais em aberto nos Jogos de Paris. Podia dar medalha, podia dar sétimo ou oitavo lugar, ficaria garantidamente com margens mínimas definidas por pormenores às vezes invisíveis tendo em conta a velocidade ao longo de 500 metros. No final, acabou com um sexto lugar. João Ribeiro assumiu mais o discurso de tristeza por não ter valido pódio como acontecera no Campeonato do Mundo do ano passado, Messias Baptista assumiu o desalento por ver um sonho esfumar-se tão perto de ser realizado. A seguir, saiu da zona mista e caiu-lhe a “ficha”. Chorou, sozinho, perante a impossibilidade de ter ao pescoço a medalha olímpica que tanto desejava. Duas semanas depois, estava apostado em começar a “vingar” essa tristeza.

O sol abriu mas não era um sinal divino para Messias e Ribeiro: 0,95 centésimos separaram o justo e o correto para um K2 em sexto nos Jogos

Apesar de ter uma equipa pequena face a outras grandes competições, Portugal chegava ao Uzbequistão para os Mundias não olímpicos de velocidade com o objetivo de ganhar medalhas em todas as provas em que estivesse presente. O início, esse, não podia ter sido mais auspicioso, com Messias a fazer dupla com Teresa Portela no K2 500 misto para a medalha de ouro. Este domingo, seguiam-se mais cinco finais A.

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A euforia de Scholz, o conforto de Montenegro e o orgulho que prevalece pelo quarto diploma de Ribeiro: uma zona mista diferente na canoagem

Depois da prata de Fernando Pimenta no K1 500 e de Teresa Portela e Francisca Laia no K2 200, Messias Baptista tinha pela frente a final mais em aberto a nível de discussão de medalhas, um pouco à semelhança das provas de K2 500 feitas com João Ribeiro nos Jogos, em Mundiais e Europeus ou nas Taças do Mundo. Agora, não deu hipóteses e, depois do título europeu, conquistou a medalha de ouro neste Mundial.

Há vida depois dos Jogos: Teresa Portela e Messias Baptista campeões do mundo em K2 500 misto

O português ganhou a prova com 34,876, à frente do polaco Jakub Stepun (34,945) e do espanhol Carlos Garrote (35,308). Estiveram também na final A do K1 200 Balazs Birkas (Hungria, 35,469), Anze Urankar (Eslovénia, 35,562), Oleksandr Zaitsev (Ucrânia, 35,808), Jeremy Leray (França, 36,030), Gwanghee Cho (Coreia do Sul, 36,190) e Badri Kavelashvili (Geórgia, 36,687). Messias Baptista ganhou a quarta medalha de Portugal nestes Mundiais, a segunda de ouro a que se juntam mais duas de prata.

Depois da tarde de frustração, o dia de glória: Messias Baptista conquista medalha de ouro no K1 200 dos Jogos Europeus