Sven-Göran Eriksson sempre foi uma personalidade diferente. Além de ter o especial conhecimento daquilo que era o futebol a partir dos anos 80 com toda a evolução que começou aí até ao século XXI, distinguia-se pela forma de liderar, de comunicar, de ser. Era um homem educado, extremamente atencioso a tudo e com todos, elegante em qualquer ocasião. Até na forma como revelou que lutava contra um cancro no pâncreas com um ano de vida na melhor das hipóteses mostrou que era alguém “especial”. Foi também isso que se foi sentindo na manhã desta segunda-feira, dia em que a família anunciou a sua morte aos 76 anos.

“Foi fantástico. Cuidem de vocês e das vossas vidas”: morreu Eriksson, o gentleman que foi grande até à hora da morte

“Foi com grande tristeza que recebi a notícia da morte de Sven-Göran Eriksson, um treinador profundamente marcante para o futebol português. A sua recente passagem pelo nosso país, onde foi homenageado pelo clube que por duas vezes representou em Portugal, o Benfica, confirmou o reconhecimento e admiração que toda a família do futebol português teve por ele. À frente do seu tempo, Eriksson destacou-se no Gotemburgo antes de servir o Benfica com o sucesso que todos sabemos. Além das suas qualidades e competência como treinador, Eriksson foi sempre uma pessoa amável, amiga e grata. O futebol português também está grato a um verdadeiro cavalheiro do futebol. Despediu-se da vida com a grandeza com que sempre marcou a sua postura”, comentou Fernando Gomes, presidente da Federação de Futebol. “As lendas são eternas. Obrigado por tudo o que deu ao futebol, Sir Eriksson”, resumiu a Liga Portugal.

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[Ouça aqui as declarações de Toni, antigo jogador, técnico e adjunto do Benfica, à Rádio Observador]

“O maior legado que o Eriksson nos deixou, foi a forma como lidou com a morte”

“A Liga Portugal lamenta profundamente a morte de Sven-Göran Eriksson, treinador que faleceu esta segunda-feira e permanecerá para sempre na história do futebol mundial. Aos 76 anos, Sven-Göran Eriksson deixa um legado inesquecível, gravado na memória de todos aqueles que tiveram o privilégio de trabalhar consigo ao longo de uma carreira brilhante. Com duas passagens pelo Benfica, o técnico sueco conquistou três títulos de campeão nacional (1982-83, 1983-84 e 1990-91), uma Taça de Portugal (1982-83) e uma Supertaça Cândido de Oliveira (1989-90), tornando-se uma figura emblemática na história do clube. Eriksson orientou ainda clubes prestigiados como o IFK Gotemburgo, Roma, Fiorentina, Sampdoria, Lazio, Manchester City e Leicester . Além disso, entrou para a história ao ser o primeiro estrangeiro a comandar a seleção de Inglaterra, destacando-se sempre pelo seu contributo inovador em prol do futebol”, salientou a Liga de Clubes em comunicado, depois da primeira reação na rede X.

“O presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, endereça as mais sentidas condolências pelo falecimento do treinador sueco Sven-Göran Eriksson, que trabalhou em Portugal, no Benfica, entre 1982 e 1984 e de 1989 a 1992. Quero em nome pessoal e em representação do Sindicato manifestar o mais profundo pesar pela morte de Eriksson. Sendo inequívoco aquilo que deu ao futebol, não apenas pelo que fez ao longo da carreira, com destaque para os cinco títulos no futebol português, mas pela forma como marcou diferentes gerações, hoje é um dia particularmente triste. Tive a oportunidade de o encontrar em abril deste ano, na homenagem que o Benfica devidamente lhe prestou, com a presença dos seus antigos jogadores. A família do futebol certamente não esquecerá este treinador emblemático. Um exemplo de integridade pessoal e desportiva, conhecedor do poder transformador do futebol na sociedade. Uma figura incontornável que a saúde traiu, mas que nunca perdeu a boa disposição”, sublinhou Joaquim Evangelista, líder do Sindicato.

“Aos 76 anos, morreu Sven-Göran Eriksson, um dos mais icónicos e reconhecidos treinadores da história do Benfica. Recentemente, e perante o agravamento do seu estado de saúde, o Benfica e os benfiquistas de todo o mundo renderam a justa e merecida homenagem em vida ao treinador sueco. No Benfica, durante cinco épocas, venceu três Campeonatos Nacionais, uma Taça de Portugal, uma Supertaça e uma Taça de Honra. Foi finalista de duas Taças europeias, uma Taça dos Campeões Europeus e uma Taça UEFA. Mas, muito para além dos títulos, a marca de Eriksson no futebol português foi a de um revolucionário, de um treinador à frente no seu tempo. No plano social, destacou-se sempre pela elegância, educação e urbanidade. Um treinador e um homem verdadeiramente à Benfica. Sven-Göran Eriksson, um nome que une várias gerações de benfiquistas que, juntos, nunca permitirão que seja esquecido. À família, o Sport Lisboa e Benfica apresenta as suas mais sentidas condolências”, descreveram os encarnados no site oficial do clube.

[Ouça aqui as declarações de Álvaro Magalhães, antigo jogador e treinador do Benfica, à Rádio Observador]

“O Eriksson foi o treinador que revolucionou o futebol português”

“É com profundo pesar que o Sport Lisboa e Benfica lamenta a morte de Sven-Göran Eriksson, aos 76 anos de idade. Descanse em paz, Míster”, escrevera o Benfica no X, na primeira reação ao desaparecimento do técnico que conquistou três Campeonatos, uma Taça de Portugal e uma Supertaça nas duas passagens pela Luz entre as finais perdidas da Taça dos Campeões Europeus de 1990 e da Taça UEFA de 1983. “O Sporting manifesta o seu pesar pela morte de Sven-Göran Eriksson, uma grande figura do futebol mundial. Aos familiares e amigos, o clube endereça as mais sentidas condolências”, destacaram também os leões. “É sempre uma honra defrontar treinadores deste gabarito. O FC Porto envia sentidas condolências à família e amigos de Sven-Göran Eriksson”, referiram os azuis e brancos, também numa mensagem deixada no X.

Em nome de toda a comunidade europeia do futebol, todas as pessoas na UEFA estão extremamente tristes por saberem da morte de Sven-Göran Eriksson. Figura amada do jogo, Sven ganhou a Taça UEFA como técnico do IFK Gotemburgo em 1982 antes de levar a Lazio à Taça dos Vencedores das Taças em 1999. Descansa em paz, Sven”, elogiou a UEFA, salientando as duas conquistas europeias que teve ao longo da carreira entre mais finais disputadas. “Triste por saber das notícias sobre a morte de Sven-Göran Eriksson. Estive com ele várias vezes como selecionador inglês e senti sempre o seu carisma e a sua paixão pelo jogo. Os meus pensamentos estão com família e amigos. Um verdadeiro gentleman do jogo”, vincou o príncipe de Gales, William, recordando os anos em que o sueco liderou a equipa dos Três Leões com essa particularidade histórica de ter sido o primeiro não britânico nomeado para ser selecionador de Inglaterra.

As reações foram depois chegando de todos os lados, com especial enfoque na Suécia, em Inglaterra e em Itália, onde teve os outros pontos altos do percurso como treinador. Liverpool, Tottenham, Manchester City, West Ham, Chelsea, Everton, Inter, Lazio, Roma, Sampdoria ou Nápoles foram alguns dos primeiros clubes a deixar as suas mensagens a par da Federação Inglesa de Futebol: “Vamos ter muitas saudades”.