A primeira incursão pela Galiza não trouxe surpresas. Depois do dia de descanso, as quatro contagens de montanha não causaram receio nos corredores mais atrasados e a fuga voltou a vingar. Com um ataque fulminante na altura em Marc Soler (UAE Team Emirates) foi ao carro buscar abastecimento, Wout van Aert (Visma-Lease a Bike) garantiu o terceiro triunfo nesta edição da Volta a Espanha, que continua a dominar.

Audácia e inteligência num hat-trick cheio de Aert: belga da Visma atacou na altura certa e venceu em Baiona

“O meu objetivo era estar na fuga e tive dificuldades na primeira subida. Quase desisti e tentei mais uma vez antes do alto. Mesmo assim, durante 50 quilómetros, tivemos que lutar para conseguir uma pequena vantagem. Para ser honesto, acho que funcionou a meu favor porque os trepadores do grupo talvez tenham ficado com as pernas menos frescas e foi assim que venci. É bom que numa corrida como esta tenhamos um perfil versátil e quando estou numa situação como esta tenho sempre uma oportunidade”, partilhou o belga no final da etapa.

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“No final foi o cenário perfeito. Foi um início muito difícil, demorou muito para a fuga se formar. Muitos ciclistas que estão nos 10 primeiros estavam interessados ​​na fuga, então acho que fizemos um bom trabalho para controlar no início. Na quinta-feira o final será um pouco mais decisivo. A subida final é difícil, por isso será interessante ver”, afirmou, por sua vez, o líder Ben O’Connor (Decathlon AG2R La Mondiale).

E assim foi. Esta quarta-feira, a prova prosseguiu em território galego, com uma ligação de 166 quilómetros em Padrón, zona bastante conhecida pelos pimentos. Com duas contagens de segunda categoria e outras duas de terceira, a 11.ª tirada era perfeita para mais uma fuga, com o percurso a assemelhar-se ao de uma clássica, dado o constante sobe e desce. Antes da partida, Patrick Konrad (Lidl-Trek) e Thymen Arensman (Ineos Grenadiers) testaram positivo à Covid-19 e abandonaram a prova, à semelhança do que já acontecera com João Almeida (Emirates).

À semelhança da etapa de terça-feira, a fuga do dia demorou a formar-se, mas desta vez a Decathlon deixou fugir um grande grupo, composto 38 elementos, do qual se destacavam Xandro Meurisse (Alpecin-Deceunink), que chegou a estar largos quilómetros sozinho na frente, Steven Kruijswijk (Visma), Brandon McNulty (Emirates), Jhonatan Narváez (Ineos), George Bennett (Israel-Premier Tech) e Guillaume Martin (Cofidis). No pelotão, Richard Carapaz (EF Education-EasyPost) caiu a 93 quilómetros do fim e, aparentemente, não ficou com mazelas.

Com a vantagem da fuga estabilizada na ordem dos seis minutos, a Movistar assumiu o comando do pelotão e reduziu rapidamente o tempo para os cinco minutos. Na derradeira subida do dia, Carlos Verona (Lidl), Max Poole (dsm-firmenich PostNL) e Urko Berrade (Kern Pharma) ficaram sozinhos na frente. No grupo principal, Primoz Roglic (Red Bull-bora-hansgrohe) e Enric Mas (Movistar) atacaram e deixaram O’Connor para trás. No alto, Mikel Landa (Soudal Quick-Step), Mattias Skjelmose (Lidl) e David Gaudu (Groupama-FDJ) juntaram-se ao duo.

Na frente, o grupo perseguidor conseguiu recolar à beira do último quilómetro e, a 600 metros da meta, Eddie Dunbar (Jayco AlUla) atacou, ninguém respondeu e alcançou a sua primeira vitória de sempre numa Grande Volta. Quinten Hermans (Alpecin) e Max Poole ficaram com o segundo e terceiro lugares. O grupo de Roglic chegou a 3.31 minutos, Carapaz entrou 15 segundos depois e, a 4.08 do irlandês, foi a vez de O’Connor, que manteve a vermelha, agora com 3.16 de vantagem para o esloveno e 3.58 para Mas que, por sua vez, ultrapassou o equatoriano na luta pelo pódio.