A Guiné-Bissau está a preparar um plano de contingência para lidar com eventuais casos de monkeypox (mpox), que atualmente não tem capacidade para diagnosticar, disse, esta quarta-feira, Plácido Cardoso, secretário do Centro Operacional de Emergência em Saúde.

De acordo com o este responsável médico, na terça-feira, ocorreu a primeira reunião para a definição do plano de contingência e nos próximos dias o governo, através do Ministério da Saúde Pública, fará uma comunicação oficial sobre de que forma o vírus será tratado se chegar ao país.

Plácido Cardoso realçou que as autoridades sanitárias estão a tomar as medidas para reforçar o controlo nas fronteiras do país, onde de momento não há conhecimento de suspeitas de casos, mas avançou que também não é possível fazer testes.

“Neste momento não temos capacidade laboratorial de diagnóstico, mas estamos a trabalhar na aquisição de reagentes”, declarou o médico guineense.

O plano de contingência, entre outros, irá proceder a um diagnóstico da logística existente no país, nomeadamente dos materiais de proteção adquiridos aquando da pandemia da Covid-19, assinalou Cardoso.

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O secretário do Centro Operacional de Emergência em Saúde observou que o surto deste vírus é um tema que preocupa, mas tranquilizou a população guineense dizendo que o mpox já existiu no passado, nomeadamente em 2022, tendo atingido vários países africanos e europeus.

A “gravidade e intensidade” do vírus não são iguais à Covid-19, referiu Plácido Cardoso, mas frisou que as medidas de prevenção, nomeadamente o distanciamento pessoal, a lavagem das mãos e o tratamento do lixo doméstico, podem ajudar a mitigar a situação.

Disse ainda que em certos países africanos, nomeadamente na Costa do Marfim, Benim e Libéria, “a doença (causada pelo vírus mpox) é quase que endémica”.

Com uma nova variante em circulação, considerada mais perigosa do que a detetada em 2022, a OMS declarou em meados de agosto o surto de mpox em África como emergência global de saúde, com casos confirmados entre crianças e adultos de mais de uma dezena de países.

Mais de 22.800 casos e pelo menos 622 mortes por monkeypox foram registados desde janeiro em 13 países africanos, confirmou hoje a União Africana (UA), enquanto o continente aguarda por vacinas.

A nova variante pode ser facilmente transmitida por contacto próximo entre duas pessoas, sem necessidade de contacto sexual.