Quando terminou um discurso que não demorou a tornar-se viral no Liga Portugal Awards, onde enalteceu as condições que o clube lhe oferecia para fazer o seu trabalho, Cristina Ferreira, uma das apresentadoras do evento, deixou a dica sobre os dotes de comunicador de Rúben Amorim. Mais uma vez, antes e depois do clássico, foi isso também que diferenciou o treinador do Sporting. Preparado para tudo, racional em tudo, sério em quase tudo. Ainda na zona de entrevistas rápidas da SportTV, e perante a informação de que Hugo Viana teria reunido com os agentes do avançado Conrad Harder em Alvalade, não escondeu um sorriso de quem sabe que algo se passa mas tem de dizer que nada sabe com essa esperança de ter mais um reforço.

“Temos o nosso scouting, fazemos um estudo aprofundado, vamos tentando ver o desempenho máximo imediato, se não der tentamos outro projeto. Estamos nessa luta, lutamos contra clubes muito mais fortes que nós. Estamos a dar o máximo e vamos conseguir. Agentes em Alvalade? Isso não sei… Estamos a tentar o máximo e vamos ver o que conseguimos”, atirou, antes de voltar ao tema na conferência de imprensa com outras palavras mas a mesma ideia: existe esse objetivo, sobra esperança, nada está ainda feito. No entanto, e como voltou a confirmar o Observador, o internacional Sub-19 dinamarquês está cada vez mais perto de trocar o Nordsjaelland pelo Sporting com o Brighton a ficar de fora. “O Viana faz magia”, diria mais tarde na conferência o treinador, voltando a colocar também o enfoque no poderio financeiro de outros.

Esse será o tema forte nos próximos dois dias antes da paragem para as seleções. Antes, sobrou mais uma vitória dos leões no clássico frente ao FC Porto em Alvalade para o Campeonato com o mesmo 2-0 da última temporada que reforçou a boa campanha leonina depois da derrota na Supertaça. Olhando apenas para os jogos da Liga, e tomando também em linha de conta a última temporada, o conjunto verde e branco leva sete vitórias consecutivas, ganhou 15 dos últimos 16 encontros e leva 19 sucessos seguidos em casa com 38 jogos consecutivos a marcar. Tudo números que deixam Amorim satisfeito sem sinal de euforias.

“Hoje fomos mais competentes. Estivemos muito concentrados durante os 90 minutos, fomos a melhor equipa mas temos muito para melhorar. Sem pressão demos a bola. No melhor período do FC Porto, foi o nosso pior, a meio da segunda parte. Perdemos muita bola. Quando olho para exibição global, para o talento, fico satisfeito. Ganhámos, fomos melhores, mas temos um longo caminho a percorrer. Segredos? Isto vem com os anos de trabalho, já temos jogadores com quatro épocas. Isso dá outra qualidade, capacidade para sentir que o jogo tem momentos. Estamos a tentar encontrar esse equilíbrio. Controlámos muito bem o FC Porto, que jogou muito na bola longa, na segunda bola, e nós a construir de forma diferente. Foi um grande jogo, contra uma equipa muito difícil. Para além do que foi a Supertaça, que está sempre presente na cabeça de toda a gente”, referiu o técnico da formação verde e branca em declarações à SportTV.

“Opinião sobre a paragem? É sempre bom porque vão para a seleção, é mais difícil treinar. Já comentámos isso: há três anos ficávamos com a equipa toda para treinar, agora temos cinco. Revela que estamos mais dentro do que é uma equipa grande, quase todos os jogadores vão à seleção. O Nuno Santos e o Marcus [Edwards] vão trabalhar de forma mais individual e os outros têm de manter o ritmo na seleção, divertir-se, porque isto é só o começo da época”, acrescentou ainda Rúben Amorim ao canal desportivo.

“Entrada forte do FC Porto com Sporting a ser depois superior? Acho que sim, acho que é uma observação. Já sabíamos e planeámos isso. Sabemos que o FC Porto é muito assim de entrar a empurrar-nos para trás e depois fomos adaptando-nos. Conseguimos esticar uma vez e torna-se mais difícil para os adversários que sabem que temos jogadores fortes no ataque. Fomos claramente superiores, mas falhámos muitos passes sem pressão. Assentámos mais o jogo no campo do adversário, empurrámos mais o FC Porto para o seu campo, não deixámos criar muitas oportunidades. Golo tardio? Os nossos jogadores têm de ter o mesmo batimento cardíaco a jogar perto da baliza, ter um à vontade tão grande como temos com as equipas mais pequenas. É algo que estamos a trabalhar. O golo mais cedo era bom para os adeptos, podíamos ter mais espaço, mas aconteceu quando tinha de acontecer e deu justiça”, salientou depois na conferência.

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