“Não há como negar que há uma escalada autoritária na Venezuela.” Celso Amorim, assessor da presidência brasileira para os Assuntos Internacionais e aliado de Lula da Silva, “não tem dúvidas” do pendor “autoritário” do regime de Nicolás Maduro.

“Não sentimos abertura para o diálogo, há uma reação muito forte a qualquer comentário, temos notícias de várias prisões — o próprio governo anunciou mais de duas mil prisões, não sei se para intimidar. Não há dúvida de que há um autoritarismo”, denunciou Celso Amorim, numa entrevista à Reuters divulgada esta terça-feira.

Desde as eleições presidenciais venezuelanas de 28 de julho, o Brasil tem tentado apresentar-se como um mediador entre a oposição e a presidência da Venezuela, evitando criticar diretamente Nicolás Maduro. No entanto, Brasília aumenta agora o tom contra o regime venezuelano, criticando diretamente o mandado de detenção emitido por um tribunal venezuelano em nome do candidato presidencial da oposição, Edmundo González.

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“É muito preocupante e é a coisa errada a fazer”, censurou Celso Amorim, acrescentando que, se Edmundo González for detido, tornar-se-á um “preso político”. Na entrevista, o assessor de Lula da Silva aproveitou para mandar um recado a Nicolás Maduro: “Não aceitamos prisioneiros políticos.” 

Sobre as eleições presidenciais de 28 de julho, Celso Amorim esclareceu que, para a diplomacia brasileira, a situação “não está resolvida” no plano político: “Nós não vemos a vitória de um lado ou de outro.” O assessor de Lula sublinhou que mantém a “esperança” de que poderá haver uma “situação negociada para a Venezuela”. “Nós não queremos salvar o Maduro, queremos salvar a Venezuela”, rematou o assessor da presidência para os Assuntos Internacionais.

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