A Maven Pet, startup fundada por quatro portugueses que criou uma coleira inteligente e tem uma plataforma baseada em inteligência artificial que pretende a deteção precoce de problemas de saúde em animais de estimação, captou um financiamento de 4,42 milhões de dólares (mais de 4 milhões de euros). Com a ronda de investimento, a empresa, detida por uma norte-americana e com escritórios no Porto, pretende continuar a “desenvolver o produto”, reforçar a equipa e consolidar a presença no mercado norte-americano.

Guilherme Coelho, fundador e CEO da Maven Pet, indica que a empresa conta atualmente com uma equipa composta por 19 trabalhadores, mas opta por não avançar com o número de contratações que será feita até ao final do ano. “Vamos reforçar a equipa de desenvolvimento de negócio, essencialmente nos Estados Unidos, vamos reforçar a equipa de marketing e [fazer] algumas contratações pontuais na área de engenharia”, afirma, em conversa telefónica com o Observador.

Atualmente, a solução da Maven Pet, que é composta por uma plataforma que, segundo a startup, permite aos veterinários “atuarem mais cedo e aos donos o acompanhamento contínuo do estado de saúde e bem-estar dos seus companheiros de quatro patas”, está disponível em mais de 20 estados norte-americanos, incluindo Nova Iorque e Califórnia. Além de pretender consolidar a presença nos EUA, a empresa quer entrar, já este mês, no mercado português.

Segundo Guilherme Coelho, o mercado português foi sempre utilizado com o “intuito de prova de conceito”. Ou seja, os primeiros estudos clínicos e até validações de conceito foram feitos em Portugal. “Nesses esforços percebemos que seria também interessante entrar no mercado nacional”, explica o CEO, acrescentando que o arranque será feito no final deste mês com cerca de 10 parceiros (clínicas e veterinários especialistas).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Porto, Lisboa, Braga, Cascais, Oeiras e Gaia são zonas em que já temos os primeiros parceiros”, avança Guilherme Coelho.

A Maven Pet tem uma coleira inteligente com um sensor que recolhe dados sobre a saúde dos animais de estimação ao longo de 24 horas por dia. A inteligência artificial analisa os dados recolhidos “em tempo real”, bem como o historial clínico prévio dos cães ou gatos. O “feedback do utilizador” é recolhido através de uma aplicação. A empresa diz, em comunicado divulgado esta quinta-feira, que ao “detetar qualquer anomalia, a IA alerta de imediato o veterinário” do animal, “ajudando a identificar problemas ainda numa fase inicial e conduzindo a uma melhor recuperação”.

A ronda de investimento da Maven Pet, fundada por Guilherme Coelho, David Barroso, Paulo Fonseca e Virgílio Bento (também cofundador e CEO da unicórnio Sword Health), foi liderada pela portuguesa Touro Capital Partners e contou com a participação da BlueCrow, Iberis Capital, Mustard See Maze e Armilar Venture Partners. As duas últimas reforçam o investimento, depois de terem liderado a última ronda fechada pela startup, em 2022.

Além da ronda de financiamento fechada esta quinta-feira, a Maven Pet fechou outras duas, no verão de 2021, ano de criação da empresa, e em 2022. Com esta nova ronda, afirma Guilherme Coelho, “o montante total de investimento ascende a 9 milhões de dólares”.

Trabalhadores da Sword Health encaixam quase 51 milhões de euros em venda privada de ações