O Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) disse esta sexta-feira que é “absolutamente falso” que tenha dívidas no montante de 30 milhões de euros (ME) ao grupo SATA e repudiou e desmentiu afirmações do líder do PS/Açores sobre o assunto.
“É absolutamente falso que o Governo dos Açores tenha dívidas no montante de 30 milhões de euros perante o grupo SATA”, afirmou o executivo de coligação num comunicado de imprensa.
A reação do Governo Regional, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, surgiu após críticas do líder do PS/Açores, Francisco César, por “falta de ação” e por “acumular dívidas”, denunciando que deve a empresas, instituições desportivas e sociais e a agentes culturais.
O dirigente, citado numa nota de imprensa, também criticou as justificações do executivo para a falta de pagamento: “A primeira desculpa era o Orçamento [Regional]; a segunda desculpa era o Governo da República, que inclusive agora é da mesma cor do partido, do PSD, e que não resolveu nada, pelos vistos”.
Francisco César acusou ainda o Governo Regional de aumentar a dívida a fornecedores em mais de 100 milhões de euros e a dívida do setor da Saúde em mais de 200 milhões de euros, destacando que “até à SATA [a companhia aérea pública açoriana] a dívida ultrapassa os 30 milhões de euros”.
Na resposta, o executivo açoriano lembra que “a relação financeira entre o Governo dos Açores e o Grupo SATA aos dias de hoje é, porventura, a mais cumpridora e fiável de sempre”.
“O Governo dos Açores tem cumprido exemplarmente com todos os pagamentos a todas as empresas do Grupo SATA, relativos a diferentes contratos e serviços, incluindo da prestação de serviços de transporte aéreo interilhas, a concessão de aeródromos regionais, a Tarifa Açores e a Tarifa PET”, acrescenta.
Também recorda que foi a atual coligação PSD/CDS-PP/PPM que “conseguiu liquidar uma dívida de dezenas de milhões de euros que a região tinha perante a SATA, resultando de um legado inexplicável dos governos do PS”.
Para o Governo dos Açores, as declarações de Francisco César “evidenciam uma total falta de responsabilidade e de capacidade, descredibilizando de forma bastante ostensiva a palavra de alguém com ambição política de concorrer à governação da Região Autónoma dos Açores”.
“A um líder exige-se credibilidade e lisura, mas também a capacidade para se informar adequadamente e analisar criticamente a informação que lhe é facultada”, alega.
E prossegue: “Das duas uma: ou Francisco César mentiu, sabendo que o Governo dos Açores nada deve à SATA, ou deixou-se enganar por aquilo que lhe disseram. Em qualquer dos casos, demonstra a sua total impreparação e incapacidade, algo que não é admissível em alguém que quer assumir o papel de líder da oposição”.
Para o executivo de coligação, “mais grave esta situação se torna quando este tom irresponsável e leviano é usado para falar de um grupo empresarial público que está em graves dificuldades económico-financeiras por responsabilidade dos governos do PS, alvo de um Plano de Reestruturação acordado com a Comissão Europeia, e que precisa de estabilidade para operar e de credibilidade para o relacionamento com os seus parceiros de negócio”.