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O Diretor-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais recusa demitir-se na sequência da fuga de cinco reclusos da prisão de Vale de Judeus, que ocorreu este sábado. “Não é a minha maneira de ser, nem de estar, assumir que à primeira contrariedade iria desistir”, afirmou Rui Abrunhosa Gonçalves, em conferência de imprensa das várias autoridades, este domingo. “Eu não desisto facilmente”, garantiu aos jornalistas.

O responsável da DGRSP garante que demorou “cerca de 40 minutos” entre o momento da fuga de cinco reclusos da prisão de Vale de Judeus e ter sido dado o alerta e admitiu uma falha de segurança. “Falhou qualquer coisa no âmbito da segurança e temos de apurar o que realmente falhou”, afirmou, acrescentando: “Se não houve ninguém a ver as câmaras é uma falha muito grave na segurança. Estão sempre um ou dois guardas nesse serviço”.

“Não é por causa desta fuga que eu preciso de mais guardas. Eu preciso de mais guardas e acredito que é uma questão que vai ser resolvida, mas não devido à fuga”, enfatizou. Rui Abrunhosa Gonçalves ressalvou ainda que Vale de Judeus é uma prisão antiga, construída na década de 60, e explicou que a rede foi eletrificada, mas não foi ativada porque quando tal acontecia, “a luz da prisão ia abaixo”.

PJ alerta que evadidos são “perigosos”. “Tudo farão para continuar em liberdade”, diz diretor Luís Neves

Classificando a investigação como “muito complexa”, o diretor da Polícia Judiciária, Luís Neves, avançou que os pormenores deste crime organizado foram “pensados ao mais ínfimo detalhe”. “Estavam muito bem preparados”, afirmou, acrescentando que foi um crime “com capacidade financeira”.

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Quatro dos condenados são perigosos e tudo farão para continuar em liberdade. Quando digo tudo é tudo, até o fator vida humana pode estar aqui em causa“, continuou o diretor da PJ antes de voltar a deixar um alerta em relação à complexidade e perigosidade do caso, pedindo que a população se abstenhna de ter qualquer contacto com os indivíduos em fuga.

“Alertamos todos e pedimos que qualquer informação que a comunidade tenha que o faça veicular pelos canais normais, como o 112. Estamos a trabalhar em equipa”, afirmou, lembrando que este é um “crime complexo, altamente organizado, muito bem preparado, com gente muito perigosa e com elevado grau de mobilidade, até em termos internacionais”. “Que ninguém espere resultados imediatos”, enfatizou.

O Secretário-geral Adjunto do Sistema de Segurança Interna, Manuel Vieira, avançou que a Europol e a Interpol receberam “todos os dados relativos à identidade dos indivíduos em causa” e que foram feitos contactos com as autoridades fronteiriças espanholas. Também os aeroportos foram informados pela PSP. Quanto ao encerramento das fronteiras, nunca foi uma opção equacionada uma vez que “não é proporcional nem adequado” à investigação.