A produtora Jane Rosenthal acredita que o festival Tribeca destacará uma nova geração de cineastas e artistas portugueses a partir de Lisboa, que o ator Robert De Niro considera ter “forte apetite pelas artes e entretenimento”.

As observações de Jane Rosenthal e Robert De Niro foram feitas na terça-feira, em Nova Iorque, na apresentação do programa do Tribeca Festival Lisboa, marcado para 17 a 19 de outubro no espaço Beato Innovation District, na primeira edição na Europa do festival nova-iorquino fundado há mais de duas décadas.

“Há 22 anos, em resposta à devastação dos atentados de 11 de Setembro, a Jane e eu fundámos o Tribeca Festival para ajudar a revitalizar a nossa vizinhança através do poder do cinema, da arte e da narrativa. A nossa missão continua a mesma hoje. Significa muito para nós levar esse mesmo espírito para Lisboa, uma cidade com rica herança cultural e forte apetite pelas artes e entretenimento”, afirmou o ator norte-americano, admitindo estar “ansioso para celebrar os notáveis artistas e contadores de histórias de Portugal”.

A programação anunciada num evento no Tribeca Film Center, em Manhattan, inclui uma mistura de filmes independentes norte-americanos, filmes portugueses, séries, ‘podcasts’, atuações musicais e conversas ao vivo com estrelas internacionais e nacionais.

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Jane Rosenthal sublinhou que, ao longo de mais de duas décadas, tem-se dedicado a defender cineastas independentes e talentos emergentes de todo o mundo, manifestando “imenso orgulho” em levar essa tradição agora para Lisboa.

“É realmente um prazer celebrar este capítulo emocionante na história do Tribeca com todos vocês, enquanto damos destaque a uma nova geração de cineastas, artistas e criadores portugueses”, declarou a produtora norte-americana.

Entre as personalidades do entretenimento, política e negócios que marcaram presença neste lançamento em Nova Iorque estiveram os artistas Whoopi Goldberg e Tony Goldwyn, a quem se juntaram o autarca de Lisboa, Carlos Moedas, o presidente executivo (CEO) do Grupo Impresa, Francisco Pedro Balsemão, a cônsul-geral de Portugal em Nova Iorque, Luisa Pais Lowe, ou a embaixadora dos Estados Unidos em Portugal, Randi Charno Levine.

O Tribeca Festival Lisboa resulta de uma parceria entre a Tribeca Enterprises, a estação televisiva SIC, a plataforma de ‘streaming’ OPTO e a Câmara Municipal de Lisboa.

“O que estamos a fazer hoje parece pequeno, mas é um essencial passo à frente”, disse Rosenthal aos convidados no Tribeca Film Center.

“Ao trocar culturas, ideias e histórias, estamos a contribuir para algo poderoso, ajudando a construir um mundo mais empático, compreensivo e unificado”, acrescentou.

Já Whoopi Goldberg explicou o apelo que sente por Lisboa, embora admitindo nunca ter pisado a capital portuguesa: “Para mim, é muito emocionante porque sempre ouvi dizer que é uma cidade diversa”.

“E já que as pessoas estão a tentar apagar a diversidade, eu gostaria de estar num lugar onde ela esteja a prosperar”, disse a atriz.

A programação do Tribeca Festival Lisboa vai contar com alguns dos “melhores vencedores do circuito de festivais de 2024”, como “Anora”, filme de Sean Baker que venceu a Palma de Ouro em Cannes, e “In the Summers”, de Lacorazza Samudio, premiado em Sundance, indicou, em comunicado, o grupo Impresa.

O Tribeca Festival Lisboa vai acolher ainda a estreia portuguesa de “Ezra” (2023), de Tony Goldwyn, seguida de uma conversa com Robert De Niro, e a estreia internacional de “A Bronx Tale, The Original One Man Show”, com a presença do argumentista, realizador e protagonista Chazz Palminteri.

A lista de filmes divulgada inclui ainda “Jazzy”, de Morrisa Maltz, e a estreia de “Group Therapy”, de Neil Berkeley, com a presença de ambos em Lisboa.

Aos já anunciados De Niro, Jane Rosenthal, Whoopi Goldberg e Patty Jenkins, juntam-se os portugueses Ricardo Araújo Pereira, Daniela Ruah e César Mourão.

O Tribeca Festival Lisboa pretende ainda dar destaque à produção portuguesa, contando, por exemplo, com a série “Azul”, do realizador Pedro Varela, a longa-metragem “Podia Ter Esperado Por Agosto”, de César Mourão, e a série “Unicórnios”, “sobre a cultura das ‘startups'”.