A campanha sazonal de vacinação contra a gripe e covid-19 na Madeira, que arrancou hoje, representa um investimento de 500 mil euros e disponibiliza mais de 73 mil doses, informou o secretário da Saúde e Proteção Civil do arquipélago.
“Temos mais de 50.660 vacinas para a gripe e 20.260 para a covid-19”, disse Pedro Ramos aos jornalistas no principal centro de saúde do Funchal, onde foi também vacinado, marcando o seu regresso ao trabalho, depois de um interregno por motivos de saúde.
Em 7 de setembro, o secretário regional sentiu-se mal na ilha do Porto Santo e foi transportado de urgência para o Funchal, mas dois dias depois retomou a atividade.
No dia 11, o governante voltou a cancelar a agenda pública “por aconselhamento médico” e não compareceu na audição parlamentar sobre os incêndios, que foi requerida pelo JPP e aprovada na comissão parlamentar com os votos favoráveis do proponente (dois votos), o mesmo número do PS, um do CDS-PP e a abstenção dos quatro deputados do PSD.
Hoje, o governante destacou que o plano de vacinação da Madeira tem algumas diferenças do que vigora a nível nacional, recordando que abrange cidadãos “a partir dos 50 anos” e que existem “cerca de 2.500 doses para aqueles de mais idade que estão internados nos estabelecimentos residenciais para idosos e têm 80 e mais anos”.
“Esperamos que a percentagem de adesão a esta campanha seja o mais alta possível”, afirmou, indicando que no ano passado foram administradas 45 mil vacinas contra a gripe e 15 mil contra a covid-19, tendo a Madeira solicitado mais 5.000 vacinas.
Segundo o governante, até às 12h00 de hoje tinham sido vacinadas 16 pessoas contra a covid-19 e 226 contra a gripe.
Pedro Ramos recordou ainda que a campanha de vacinação na Madeira “tem mais de 20 anos, sendo assegurada pelos cuidados primários de saúde”, bastando o utente dirigir-se ao centro de saúde.
O governante adiantou, por outro lado, que a Madeira ofereceu no domingo ajuda ao Governo da República para o combate aos incêndios no território do continente, mas esse apoio ainda não foi solicitado.
Ainda relativamente aos incêndios que deflagraram nos últimos dias no continente, e que já provocaram sete mortos e cerca de 120 feridos, dos quais 10 em estado grave, Pedro Ramos manifestou solidariedade aos milhares de bombeiros envolvidos no combate às chamas e às pessoas afetadas pelos fogos e expressou pesar pelas mortes ocrridas.
Relativamente à investigação judicial desenvolvida, na terça-feira, pela Polícia Judiciária na Madeira, no âmbito da qual foram detidas oito pessoas, Pedro Ramos escusou-se a faltar.
Segundo vários órgãos de comunicação social, entre os detidos está o presidente do Instituto da Administração de Saúde (Iasaúde), Bruno Freitas, o presidente da Câmara Municipal da Calheta e da Associação de Municípios da Madeira (AMRAM), Carlos Teles, o ex-secretário da Agricultura e antigo presidente do município de São Vicente, Humberto Vasconcelos, dois empresários e duas funcionárias públicas.