De um lado o David. Do outro o Golias. Quis o destino que a estreia do Girona na prova milionário acontece no Parque dos Príncipes e diante do super-poderoso PSG que, ainda assim, continua a sua busca incessante pela primeira conquista continental. Agora com João Neves e Vitinha como principais figuras da equipa, os franceses tinham uma grande oportunidade para começar a prova da melhor forma e rapidamente colarem-se às equipas que venceram nesta primeira ronda.

Com uma uma equipa na verdadeira aceção da palavra e um plantel mais sólido e equilibrado do que outrora, a formação de Luis Enrique tem em Dembélé o elemento mais desequilibrador e o nome mais sonante. “Não coloco limites aos meus jogadores. A experiência é importante, mas vejo muitos jogadores experientes cometerem os mesmos erros. É difícil calcular a percentagem de experiência necessária. Não tenho medo de mudanças, mesmo que algo esteja a correr muito bem. Se sinto que algo será positivo para a equipa, faço-o. É um caminho sinuoso e é uma das coisas de que mais gosto”, assumiu o espanhol na antevisão.

Já Michel assumiu ser um “sonho” estar na Liga dos Campeões, mais ainda depois de as principais figuras da equipa terem saído durante o mercado de transferências. “Chegámos a um lugar que era um sonho para nós. Um sonho que todos devemos desfrutar. Temos de dar a melhor versão de nós próprios e desfrutar deste momento, que é merecido. Chegamos aqui com a mesma ideia que temos há três anos. Não a vamos mudar. Haverá momentos em que teremos de defender, mas também procuraremos a bola e a forma de atacar”, partilhou o catalão.

Sem Donnarumma, que continua lesionado, Nuno Mendes voltou a ser titular no regresso de Vitinha ao onze, após lesão. Em sentido inverso, João Neves saiu da equipa, trocando com o companheiro de seleção. A primeira oportunidade saiu dos pés de Zaïre-Emery que, dentro da área, rematou para uma grande intervenção de Krejci com a perna (12′). Na jogada seguinte foi a vez de Asensio tentar o golo, mas o remate saiu ligeiramente ao lado (13′). Apesar do domínio francês, o Girona começou a implementar o seu jogo e através dos passes curtos foi encontrando espaço na defesa adversária. Antes do intervalo, Asensio aumentou as dores de cabeça de Luis Enrique, lesionou-se e foi substituído por Kolo Muani (39′).

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Os espanhóis entraram mais ofensivos na etapa complementar e, na primeira ocasião, Stuani ficou perto de faturar, mas a bola acabou por esbarrar em Safonov (52′). Contudo, Dembélé teve o golo nos pés logo a seguir, só que, na cara de Gazzaniga, deslumbrou-se e permitiu o corte de Krejci (54′). O internacional francês estava com a corda toda e, pouco depois, desferiu um grande remate que embateu em cheio na trave e foi também defendido por Gazzaniga (63′). Já com João Neves em ação e Vitinha no banco, Kolo Muani ficou a centímetros do golo (71′) e o guarda-redes argentino reapareceu para fazer uma grande intervenção a remate à queima-roupa de Hakimi (85′). Como no melhor pano cai a nódoa, Nuno Mendes fez o golo da vitória em cima da hora, com um remate inofensivo que acabou por passar por entre as pernas do guardião (90′).

Apesar de a UEFA ter retificado e considerado autogolo o tento vitorioso, Nuno Mendes terminou da melhor forma uma semana que estava a ser difícil. No último fim de semana, o internacional português cometeu um penálti diante do Brest, que acabou por originar o golo inaugural dessa partida — vencida pelo PSG (3-1). Mais tarde, o lateral viria a sofrer insultos racistas, denunciados pelo próprio nas redes sociais.

“A tua mãe é uma cadela preta”: Nuno Mendes denuncia insultos racistas depois de cometer penálti. PSG trabalha para apurar “os responsáveis”