Em atualização
A secretária do antigo Secretário de Estado da Saúde, Carla Silva, está a ser ouvida esta sexta-feira na comissão parlamentar de inquérito ao tratamento das gémeas luso-brasileiras no hospital de Santa Maria, numa sessão fechada à comunicação social e apenas com transmissão do áudio (sem imagem). Mas o Canal Parlamento falhou na reserva da imagem. O presidente da comissão de inquérito pediu, entretanto, publicamente “desculpas” pelo “lapso”.
Logo no arranque da audição, quando o presidente da comissão de inquérito, Rui Paulo Sousa, acompanhava a secretária ao lugar onde está a prestar declarações, a AR TV violou o acordo feito entre a comissão e a ex-secretária de Lacerda Sales, embora a imagem tenha estado no ar apenas durante 2,5 segundos.
Carla Silva pediu para ser ouvida à porta fechada por não ser uma figura pública e querer preservar a sua imagem. O pedido de audição à porta fechada foi rejeitado, mas foi encontrada uma solução para que a audição decorresse sem a possibilidade de recolha de imagens.
A comunicação social está a acompanhar a audição fora do espaço onde decorrem as comissões parlamentares e tem apenas acesso ao sinal que está a ser transmitido através do Canal Parlamento. Para esta audição, Rui Paulo Sousa confirma que existiu um “pedido de reforço de segurança ao presidente da Assembleia da República”, para assegurar o respeito pela imagem da antiga secretária.
Na audição, Carla Silva disse ter agido sempre por orientação do antigo secretário de Estado. “Não fiz nada que o senhor secretário de Estado não soubesse ou não me tivesse pedido”, garantiu. A antiga secretária de Lacerda Sales disse ainda ter entrado em contacto com Nuno Rebelo de Sousa por indicação do então secretário de Estado, tendo recebido o contacto do filho de Marcelo do próprio secretário de Estado. Foi também nessa lógica que encaminhou os dados das menores para a diretorea de pediatria do Santa Maria.
Comissão pede “reforço de segurança” a Aguiar-Branco
Confrontado com esta situação, o presidente da comissão parlamentar de inquérito considerou tratar-se de um “lapso” de alguns segundos. “Peço desculpa em nome da comissão e dos serviços”, disse Rui Paulo Sousa, deixando um pedido para que as imagens — que foram transmitidas em sinal aberto — não sejam difundidas pela comunicação social.
O presidente da comissão de inquérito deixou ainda nota de que “foi pedido ao presidente da Assembleia da República que existisse um reforço de segurança”.
O Observador pediu também uma reação à direção do Canal Parlamento, mas ainda não foi possível obter uma resposta.