A Direção-Geral das Artes (DGArtes) vai avaliar o impacto, a vários níveis, da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses (RTCP), que agrega 96 equipamentos culturais, disse esta segunda-feira à agência Lusa o seu diretor, Américo Rodrigues.

“O que lançámos foi um convite a vários centros de investigação, centros universitários na área da sociologia e da geografia também, para que apresentassem propostas para fazermos um grande estudo sobre o impacto social, económico, artístico, cultural no território desta rede de teatros e cineteatros portugueses”, afirmou Américo Rodrigues, em Leiria.

À margem de um encontro desta rede, Américo Rodrigues explicou que a RTCP “foi lançada em 2019”, mas “começou a funcionar em 2021”. “Depois lançou-se um primeiro programa de apoio à programação. Verdadeiramente tem três anos o funcionamento desta rede. Achamos que é o momento de a avaliar”, declarou.

Segundo o diretor-geral das Artes, trata-se de “um grande estudo, vai demorar de certeza, seguramente mais do que um ano a fazer-se, porque é com inquéritos, interpretação dos resultados e com entrevistas”.

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O objetivo é saber se este “mecanismo de política pública na área da cultura” está a funcionar bem e o que pode ser feito para o melhorar, precisou.

“Há uma série de objetivos da rede que tem a ver com a correção de assimetrias, de contribuir para uma verdadeira democracia cultural no país, e nós temos agora de ver, analisar, estudar, se isso está a funcionar e o que é que podemos fazer para melhorar”, realçou.

As propostas para o estudo estão a ser analisadas internamente, para ver qual dá garantias de fazer um “excelente estudo” que vai avançar, seguramente, no próximo ano, adiantou. O estudo vai incluir, por exemplo, inquéritos a criadores, programadores, mediadores, ao público que assiste aos espetáculos e ao que não vai a iniciativas culturais.

“Queremos também saber como está a funcionar a relação com as escolas, centros de idosos, com os estabelecimentos prisionais, com toda a sociedade”, apontou. “A Direção-Geral das Artes, como organismo do Ministério da Cultura, é responsável pelo apoio a centenas e centenas de entidades artísticas por todo o país, mas, obviamente, temos de avaliar se o que estamos a fazer tem verdadeira repercussão junto da comunidade”, salientou ainda.

Aludindo às propostas e críticas apresentadas na mesa-redonda seguida de debate do encontro desta segunda-feira, Américo Rodrigues salientou que são “contributos muito importantes” para transformar a RTCP e fazer com que “funcione melhor naquilo que são os seus objetivos, que é de proporcionar um acesso generalizado à cultura, de apoio aos criadores portugueses, de apoio aos jovens artistas, portanto, aos chamados emergentes, de apoio aos criadores locais”.

Especificamente sobre os pedidos de mais verbas, Américo Rodrigues notou que “as dotações orçamentais têm sido robustas de ano para ano”. “Acredito que vamos continuar a ter um forte apoio na área da cultura e na área das artes, especificamente, mas isso saber-se-á com a divulgação do Orçamento [do Estado] para a área da cultura”, acrescentou.