A terceira edição do festival Futurama, que ‘cruza’ tradições do Baixo Alentejo com artes contemporâneas, arranca na sexta-feira e vai decorrer em três concelhos do distrito de Beja, apresentando uma programação “colaborativa, inclusiva e transfronteiriça”.

Com direção artística de John Romão, o evento multi e interdisciplinar acontece em Serpa, já esta sexta-feira e sábado, em Mértola, no dia 5 de outubro, e em Beja, a 11 e 12 de outubro, com espetáculos de dança e teatro, concertos, conversas e a continuação do projeto “Cantexto”, entre outros.

“Nesta edição do Futurama podemos esperar a continuação do nosso investimento em novas colaborações artísticas, seja entre artistas portugueses e espanhóis, como entre artistas e as comunidades locais”, explicou esta terça-feira à agência Lusa John Romão.

De acordo com o diretor artístico do evento, o festival tem tentado, ao longo das anteriores edições, promover “o diálogo entre quem vem de fora e quem está dentro da região”.

“Esses diálogos são muito ricos e aportam diferentes sensibilidades, diferentes olhares e diferentes perspetivas sobre o próprio território”, continuou, indicando que o festival assenta nas dimensões “da criação, da educação e capacitação e da participação”.

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A organização tem “estado a apostar e a investir nessas diferentes linhas, que estão interconectadas e espelhadas no festival”, disse.

Tal como nas edições anteriores, em 2024, o Futurama vai levar ao Baixo Alentejo diversos projetos artísticos, entre os quais “Silêncios Persistentes” e “Desver”, ambos da encenadora Joana Craveiro, que vão ser apresentados no cineteatro de Serpa, esta sexta-feira e no sábado, respetivamente.

No concelho de Mértola, destaque vai para o concerto da portuguesa Tânia Carvalho e da espanhola Rocío Gúzman, no cineteatro da Mina de São Domingos (5 de outubro).

A cidade de Beja é a última paragem do festival, recebendo, a 11 de outubro, entre outras iniciativas, o espetáculo de dança “Miguel e Miquelina”, de Miguel Pereira, no Teatro Municipal Pax Julia, e um ‘workshop’ de dança com a bailarina Piny, no bairro das Pedreiras.

O Futurama termina na noite de 12 de outubro, com um concerto da dupla espanhola Aurora Bauzà & Pere Jou, que terá a seu lado o Coro de Câmara de Beja, na Igreja de Santa Maria, e a atuação do DJ Pedro da Linha, na Praça da República.

A programação do festival inclui ainda mais uma edição do projeto “Cantexto”, em que grupos corais de cante alentejano da região interpretam poemas escritos propositadamente por autores contemporâneos.

“É nossa missão experimentar e proporcionar novas abordagens” ao cante alentejano, justificou John Romão, afiançando que “a validação deste projeto vem dos próprios grupos”.

Em 2024, ano em que se assinala o 10.º aniversário da inscrição do cante alentejano enquanto Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO, os textos são assinados por Rui Cardoso Martins, Afonso Reis Cabral, Maria do Rosário Pedreira, Margarida Vale de Gato, Luísa Costa Gomes e Alice Neto Sousa.

A interpretação das novas ‘modas’, todas musicadas por Celina da Piedade e Ana Santos, cabe, respetivamente, aos grupos Cantadores de Nossa Senhora das Neves, Os Arraianos, Papoilas do Enxoé, Rama Verde, Moças da Aldeia e Rouxinóis do Alentejo.

Residências artísticas, exposições, a iniciativa “Escola Futurama” e os “Embaixadores Futurama” são outras das ações do projeto, financiado pelos três municípios, pela Direção-Geral das Artes e pela Fundação Millennium BCP, com o alto patrocínio da Presidência da República.