Tudo começou em 1998 no Sp. Espinho. Seguiram-se Freamunde, Vizela, Desp. Aves, Leixões, V. Setúbal, Belenenses, Sp. Braga, Beira-Mar, Asteras Tripolis, Marítimo, Sporting, Besiktas, Basaksehir, Sheffield Wednesday, Swansea, Rio Ave, novamente Sp. Braga, Al Wahda, Celta Vigo, Olympiacos e novamente Sp. Braga. Carlos Carvalhal é um autêntico globetrotter que passou por 20 clubes ao longo de 26 anos — e esta quinta-feira, em plena Pedreira, assinalava o jogo 800 da carreira.
Um marco redondo e tão importante que até o próprio treinador o conhecia. “Normalmente não sei essas coisas, mas dessa até sabia. Não me sinto velho, obviamente, mas fico contente. Se é especial ou não respondo no final do jogo. Vencendo a partir, aí sim, será especial. No futebol o que importa é ganhar”, disse o treinador português na antevisão da receção do Sp. Braga ao Maccabi Telavive, a contar para a primeira jornada do novo formato da Liga Europa.
800 jogos…
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Os minhotos arrancavam a participação europeia num momento difícil de avaliar: nas últimas três jornadas, empataram em Barcelos com o Gil Vicente, perderam em casa com o V. Guimarães e ganharam ao Nacional na Madeira, já depois de um playoff muito complicado contra o Rapid Viena. Algo que deixava Carlos Carvalhal naturalmente receoso, principalmente na hora de estrear um novo formato da Liga Europa.
“É uma incógnita. Não sabemos quantos pontos serão necessários para seguir em frente. Vamos abordar um jogo de cada vez. Este é o próximo e, como tal, é o jogo da nossa vida. Não iremos modificar nada mediante o novo formato, queremos atacar cada jogo para vencer. Estamos a construir uma equipa, infelizmente há alguns jogadores experientes de fora, mas os jovens têm sido fundamentais. A equipa tem estado relativamente bem, tanto na Europa como no Campeonato, e sabemos que está a interpretar cada vez melhor as nossas ideias, está a jogar melhor e a maturar. Vamos defrontar um adversário difícil, que joga bem, mas queremos honrar a história rica do Sp. Braga nesta competição”, explicou o treinador minhoto na antevisão.
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Carlos Carvalhal não contava com João Moutinho, Rodrigo Zalazar e Paulo Oliveira, que estão lesionados, e apostava em João Ferreira ao lado de Niakaté no eixo defensivo. Víctor Gómez, André Horta, Amine El Ouazzani e Rafik Guitane entravam no onze, sendo que o último fazia a estreia pelo Sp. Braga depois de ter deixado o Estoril no verão. Do outro lado, num Maccabi Telavive que vinha de oito vitórias consecutivas, Žarko Lazetić tinha Elad Madmon e Dor Turgeman na frente de ataque.
Os israelitas começaram o jogo a marcar, mas o lance foi imediatamente anulado por fora de jogo (2′). Numa primeira parte muito dividida, depressa se percebeu que o Maccabi Telavive não tinha qualquer intenção de oferecer o resultado ao Sp. Braga e que não iria esconder-se, com Elad Madmon a rematar ao lado (12′) e a capacidade ofensiva da equipa a ser bastante notória. Os minhotos responderam por intermédio de El Ouazzani, que rematou à trave (18′), e Guitane também ameaçou um golo com um pontapé em arco que passou ao lado (21′).
O momento decisivo da primeira parte, porém, apareceu já perto da meia-hora. Dor Peretz apareceu na cara de Matheus e foi abalroado pelo guarda-redes brasileiro, com o árbitro da partida a assinalar grande penalidade e Ofir Davidzada, na conversão, a abrir o marcador (30′). O Sp. Braga ainda teve duas oportunidades importantes para empatar, com André Horta a rematar ligeiramente ao lado (44′) e Ricardo Horta a atirar por cima numa espécie de penálti em andamento (45+1′), mas acabou mesmo por ir a perder para o intervalo.
Davida abre o marcador na Pedreira
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Carlos Carvalhal fez três substituições ao intervalo, lançando Jean-Baptiste Gorby, Roberto Fernández e Ismaël Gharbi para tirar El Ouazzani, Guitane e Vitor Carvalho. Ainda assim, o Sp. Braga voltou a entrar no jogo com uma atitude algo passiva, sem grande intensidade ou capacidade para chegar à área contrária, e o Maccabi Telavive ia gerindo a vantagem com aparente conforto.
A lógica, porém, mudou ligeiramente com o avançar do relógio. Bruma teve uma perdida inacreditável à passagem dos primeiros 10 minutos da segunda parte (55′), ao atirar por cima numa recarga quando tinha a baliza praticamente deserta pela frente já depois de Roberto Fernández cabecear ao poste, Gharbi também acertou no ferro logo depois (58′) e os minhotos conseguiram recuperar alguma superioridade, empurrando os israelitas para o próprio meio-campo e construindo quase sempre a partir da linha intermédia.
Žarko Lazetić mexeu a 25 minutos do fim, trocando Elad Madmon por Henry Addo, e Carlos Carvalhal tirou um limitado fisicamente João Ferreira para colocar Bright Arrey-Mbi e ainda lançou Roger. O jogo entrou numa fase mais incaracterística, sem que o Sp. Braga tivesse o jogo controlado e com o Maccabi Telavive a tentar procurar algum caos que permitisse soltar contra-ataques e transições rápidas, e o tempo ia passando sem que os minhotos conseguissem chegar ao empate.
Empata Bruma, vamos à reviravolta ????
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Até que chegaram. Já muito perto do fim, Roger cruzou na direita, Roberto Fernández ganhou um duelo nas alturas e Bruma, com um desvio junto ao poste, empatou o jogo (88′). Já dentro dos descontos, apareceu a reviravolta: o árbitro da partida assinalou grande penalidade de Raz Shlomo por mão na bola após analisar as imagens do VAR e , na conversão, Bruma bisou e carimbou a vitória (90+5′). Até ao fim, os israelitas ainda ficaram reduzidos a nove elementos, devido a acumulação de cartões amarelos e consequentes vermelhos de Kanichowsky e Asante.
Com muito sofrimento à mistura, o Sp. Braga conseguiu mesmo vencer o Maccabi Telavive na Pedreira e entrou da melhor maneira na Liga Europa. Na próxima jornada, os minhotos visitam na Grécia o Olympiacos, a equipa que Carlos Carvalhal deixou em fevereiro e que conquistou a última Liga Conferência.
BRUUUUUUUUUUMAAAAAAAAAAAA ????
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