Não fosse aquele empate na receção ao Al Ahli e era um daqueles registos “limpos” com a conta mais fácil de fazer: por cada jogo, um golo. Na Supertaça, na Liga e ao serviço da Seleção na Liga das Nações, Cristiano Ronaldo, que atingiu este mês a fasquia dos 900 golos oficiais na carreira, chegava a esta fase com uma “folga” extra depois de ter ficado de fora do último encontro do Al Nassr a contar para a Taça saudita com o Al-Hazm, do segundo escalão mas apostado em manter ou até aumentar o registo de sete golos em oito jogos em 2024/25. Afinal, não era um encontro qualquer. E também a margem de erro começava a ser reduzida.

Depois de mais uma pesada derrota na final da Supertaça frente ao Al Hilal de Jorge Jesus apesar de sair em vantagem para o intervalo (4-1), num momento que acabou por ser o início do fim de Luís Castro à frente da equipa de Riade, o Al Nassr consentiu dois empates na Liga saudita com Al Raed e o Al Ahli e “cavou” logo uma distância de quatro pontos para o campeão apenas em quatro jornadas e também não foi além de uma igualdade no Iraque com o Al-Shorta no arranque da Liga dos Campeões asiática. De forma quase esperada, a opção passou por mudar de técnico, com a aposta a recair sobre o ex-treinador do AC Milan, Stefano Pioli.

A nova “era” começou bem, com uma vitória fora para o Campeonato diante do Al-Ettifaq de Steven Gerard (3-0 com um golo de Ronaldo) e um triunfo na Taça frente ao Al-Hazm (2-1). Agora, na antecâmara de novo encontro para a Champions, seguia-se o Al Wehda, equipa que foi goleada na última temporada por 6-0 com um hat-trick de Ronaldo. A superioridade foi semelhante, o resultado foi mais modesto (2-0), o português voltoua a marcar de grande penalidade, transformando o 17.º castigo máximo desde que chegou à Arábia Saudita noutras tantas tentativas, chegando ao oitavo golo da época e atingindo agora os 903 golos.

Sem Brozovic e Talisca por motivos físicos (até por mera precaução, no caso do brasileiro), o Al Nassr entrou a dominar a partida e a assentar arraiais no meio-campo contrário diante de um Al Wehda que tentava só de forma esporádica sair em transições rápidas à procura das costas da defesa contrária. Abdullah Al-Owaishir foi a grande figura da partida nessa fase, evitando que os visitados assumissem a liderança no marcador com duas defesas fantásticas após canto na direita (16′). Quando o guardião não conseguia fazer nada, também o poste ajudava, como aconteceu num remate do brasileiro Wesley após grande jogada individual (34′). Ainda assim, o 1-0 chegaria antes do intervalo, com Ângelo a receber aberto na direita, a ganhar espaço no 1×1 e a fazer um chapéu por cima de Abdullah Al-Owaishir sem se perceber se era a ideia original no lance (42′).

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O segundo tempo até começou com uma ameaça do Al Wehda para defesa de Bento, a grande mais valia do Al Nassr para esta temporada, mas a equipa da casa não demorou a acelerar o suficiente para se acercar mais da baliza contrária e criar a situação que valeu o 2-0, com Sultan Al-Ghannam a ser agarrado no limite da área e Ronaldo a não desperdiçar de grande penalidade (56′). Também a pensar no próximo encontro oficial a contar para a Champions asiática com o Al-Rayyan, a intensidade do jogo foi baixando (ainda mais) de forma gradual mas a vitória na estreia de Stefano Pioli em casa estava há muito assegurada.