O novo formato competitivo da Liga dos Campeões asiática, que também decidiu deixar de ter vários grupos para separar apenas a fase inicial por duas poules organizadas por questões geográficas, veio reforçar ainda mais o favoritismo das principais equipas na passagem à fase seguinte a eliminar. Questão? Terminar em primeiro, segundo, sétimo e oitavo não é a mesma coisa, tendo em conta a organização em formato playoff do momento seguinte de competição. Também aqui, Liga saudita à parte, o Al Nassr partia com um “atraso” depois do empate frente ao Al-Shorta. Também aqui a necessidade de ganhar tinha outra relevância.

Se é penálti, é golo: Ronaldo regressa a marcar, Al Nassr volta a vencer na estreia de Pioli em casa

Após a troca técnica no comando da equipa, com a saída do português Luís Castro para a entrada do italiano Stefano Pioli, o Al Nassr foi assentando em termos de resultados. Tem períodos em que joga bem, tem outros onde prefere controlar o encontro com bola sem grande velocidade, conseguiu segurar três vitórias entre Liga (Al-Ettifaq e Al Wehda) e Taça (Al Hazm) com uma espécie de “estabilizador” na sequência de um início de temporada com derrota na final da Supertaça frente ao Al Hilal e três empates em seis encontros. Para isso, como tem acontecido desde que chegou à Arábia Saudita, Cristiano Ronaldo tem o seu papel e no regresso aos encontros após ter sido poupado na Taça marcou o oitavo golo em nove partidas esta época.

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Sendo certo que o avançado continua o desafio de continuar a bater recordes atrás de recordes, tendo já superado a barreira dos 900 golos com essa ambição de poder ainda chegar à marca redonda dos 1.000, há uma lacuna no trajeto desde que chegou ao Médio Oriente: os títulos. Apesar de ter ganho a Taça dos Campeões Árabes, são bem mais os registos pessoais (melhor marcador do ano civil de 2023 ou melhor marcador da última Liga saudita estabelecendo um novo recorde de golos numa época) do que os coletivos. Era isso também que Ronaldo queria inverter, perante o domínio total do Al Hilal de Jorge Jesus. Era aqui também que esse caminho começava a ser feito, foi aqui que o português voltou a aparecer, marcando pela nona vez em dez encontros e oferecendo a quarta vitória consecutiva ao Al Nassr com o 904.º golo.

A necessidade de vitória foi assumida desde início pelo Al Nassr, com Ângelo a ser o grande desequilibrador do ataque da equipa da casa e a desperdiçar a primeira grande oportunidade com um remate ao lado depois de um passe de Otávio (5′). Era pelo ala que na última temporada esteve cedido pelo Chelsea ao Estrasburgo que passava todo o jogo, tendo assistido Ronaldo para outra chance flagrante na área neste caso travada pelo guarda-redes Paulo Vítor, que passou uma época no Marítimo (13′). Com Roger Guedes a ser o único jogador do Al-Rayyan capaz de criar apuros aos visitados, o português continuava apostado em chegar ao golo 904 mas nova tentativa de cabeça saiu por cima (37′) antes de Sadio Mané inaugurar o marcador ainda antes do intervalo, desviando de cabeça ao segundo poste um cruzamento de Al Ghanam (45+1′).

A segunda parte começou praticamente com um golo de Ronaldo mas o lance acabou por ser invalidado pela posição irregular do português verificada pelo VAR por alguns centímetros (47′). Nem por isso o Al Nassr deixou de procurar o 2-0 que pudesse tranquilizar em definitivo, de novo com o capitão da Seleção a tentar marcar após jogada individual mas a ver o remate passar ao lado. Ronaldo tentava, tentava e à sétima tentativa conseguiu mesmo chegar ao golo, com Ghareeb a fazer a assistência e o avançado a disparar cruzado de pé esquerdo para o 2-0 antes de uma paragem depois de uma indisposição do banco do Al Nassr (76′). Essa paragem fez mal aos visitados, que consentiram ainda o 2-1 pelo inevitável Roger Guedes numa transição rápida (87′), mas o triunfo não iria fugir mantendo a série 100% vitoriosa de Stefano Pioli.