O PSD/Açores acusou esta segunda-feira o secretário-geral do PS de “desconhecer a realidade da região” e de “fazer politiquice com a saúde dos açorianos”, após as declarações de Pedro Nuno Santos sobre a situação no hospital de Ponta Delgada.

Em comunicado, os sociais-democratas, que lideram o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), afirmam que o líder nacional do PS “está mal informado sobre a realidade dos Açores”, realçando que o “primeiro levantamento dos prejuízos” no Hospital Divino Espírito Santo (HDES) foi anunciado em 22 de maio, “três semanas após o incêndio”.

Na nota de imprensa, assinada pelo líder parlamentar, João Bruto da Costa, o PSD/Açores lembra que no orçamento da região para 2024 “foi aprovada, com o voto favorável dos deputados do PS, uma proposta de alteração que criou uma rubrica de 24,3 milhões de euros para a recuperação do HDES”.

“Apesar de mal informado sobre a situação do HDES, o secretário-geral do PS não resistiu a fazer politiquice com a saúde dos açorianos”, condena Bruto da Costa.

No domingo, o secretário-geral do PS criticou o Governo dos Açores devido à demora em fazer o levantamento dos prejuízos do incêndio no HDES e acusou o executivo açoriano de “insensibilidade social” devido à redução dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção e à aprovação, por parte do PSD, da recomendação do Chega para priorizar as crianças com pais trabalhadores no acesso à creche.

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“[Passaram] cinco meses e o governo foi incapaz de concluir o levantamento do estado e dos prejuízos do hospital de Ponta Delgada. Não é o do reabilitar. Não somos irrazoáveis, sabemos o que é governar. Não está é o levantamento dos prejuízos feito”, declarou Pedro Nuno Santos, falando no 19º. Congresso Regional do PS/Açores.

Em reação, o PSD/Açores lembra ainda que o Governo Regional entregou na Assembleia Legislativa, em 5 de julho, “uma série de relatórios, nomeadamente sobre os custos resultantes do incêndio no HDES e o montante da despesa com a construção do hospital modular”.

Os sociais-democratas acusam Pedro Nuno Santos de “também desconhecer a realidade social e económica dos Açores”, uma vez que o arquipélago “tem hoje a maior população empregada de sempre”.

O partido destaca o crescimento da economia açoriana “há 39 meses consecutivos” para justificar a “redução de 50,2% no número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção nos Açores desde novembro de 2020”.

“A opção socialista de manter os açorianos de mão estendida revelou-se um fracasso. Já os indicadores atuais revelam que a região está agora no bom caminho, comprovando-se a motivação da coligação PSD/CDS/PPM [no Governo Regional] no combate à pobreza e exclusão social, com políticas de criação de riqueza e emprego”, lê-se no comunicado.

O PSD/Açores visa ainda Pedro Nuno Santos por ter “ignorado os interesses” da região enquanto foi ministro do Governo da República “mais centralista de sempre”.

“Enquanto governante, Pedro Nuno Santos adiou o processo do novo cabo submarino de telecomunicações entre os Açores e Portugal continental e deixou na gaveta a revisão das Obrigações de Serviço Público de transporte aéreo para as ilhas do Faial, Pico e Santa Maria”, conclui o partido que lidera o executivo açoriano desde 2020.