O presidente do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) garantiu esta quarta-feira que do “ponto de vista técnico e laboratorial” Portugal está preparado para os vírus sincicial respiratório (VSR) e mpox.

“Estamos, obviamente, do ponto de vista técnico e laboratorial preparados”, disse Fernando de Almeida em resposta à pergunta sobre se Portugal seguirá as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

No Porto, onde falava aos jornalistas à margem do I Encontro de Saúde Pública do INSA Porto, Fernando de Almeida não avançou se Portugal vai ou não seguir as recomendações da OMS que, por exemplo sugeriu a vacinação de grávidas para proteger bebés contra vírus sincicial respiratório (VSR), mas disse estar sempre em linha com esta entidade.

“Somos o laboratório de referência para toda a área da epidemiologia sobretudo associada à parte laboratorial e diagnóstico portanto estamos sempre em articulação com a OMS e em linha com todas as suas orientações”, referiu.

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O presidente do Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) disse que este foi “o primeiro instituto no mundo a fazer a sequenciação genómica completa do mpox” e sobre medidas concretas remeteu para a Direção-Geral da Saúde (DGS).

“Essas orientações cabem, não só ao Instituto Ricardo Jorge, na parte laboratorial, mas também à Direção-Geral da Saúde que está atenta em relação ao vírus VSR”, disse.

Os peritos em imunização da OMS recomendaram, na terça-feira, a vacinação de grávidas no terceiro trimestre de gestação para proteger os recém-nascidos contra o vírus sincicial respiratório.

Organização Mundial de Saúde recomenda vacinação de grávidas para proteger bebés contra vírus sincicial respiratório

Esta é uma das recomendações do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização (SAGE, na sigla em inglês) da OMS que saiu da reunião semestral sobre as estratégias de vacinação para prevenir doenças infecciosas, que decorreu na última semana.

Segundo Hanna Nohynek, os estudos de eficácia já realizados demonstram a segurança da vacinação materna e a recomendação dos peritos teve em conta os riscos e os benefícios desta imunização de mulheres grávidas.

Para os países que decidirem adotar a vacinação materna, o SAGE recomenda uma dose única da vacina a administrar no terceiro trimestre de gravidez, entre as 24 e as 36 semanas de gestação, que demonstrou ser eficaz na prevenção de doenças graves associadas ao VSR nos recém-nascidos.

De acordo com a OMS, a infeção por VSR causa uma carga substancial de infeções graves do trato respiratório inferior, estimando que perto de 97% da mortalidade relacionada ocorra em países de baixo e médio rendimento, com mais de 100 mil óbitos anuais em crianças com menos de cinco anos.

Quanto à mpox, pertence à mesma família de vírus que a varíola e inicialmente foi designada “varíola dos macacos”.

É uma doença viral que se transmite dos animais para os seres humanos, mas também pode ser transmitida entre seres humanos através de contacto físico prolongado, causando febre, arrepios, dores musculares e lesões cutâneas. Por vezes, pode ser fatal. As pessoas com casos mais graves podem desenvolver lesões no rosto, nas mãos, no peito e nos órgãos genitais.

A 14 de agosto, o Comité de Emergência para a mpox da OMS declarou que a situação constitui uma emergência de saúde pública de âmbito internacional.

A Comissão Europeia autorizou, em 20 de setembro, a vacinação de adolescentes, cidadãos entre os 12 e os 17 anos, contra o mpox, na sequência de uma recomendação feita pela Agência Europeia do Medicamento (EMA).