Chegou a hora do reencontro. Esta quinta-feira ficou marcada pelo regresso de Carlos Carvalhal ao Pireu, desta feita como treinador adversário. Afinal, o técnico português orientou o Olympiacos até fevereiro do presente ano e também contribuiu para a histórica conquista da Liga Conferência no final da temporada passada. Mas agora a conversa era outra. A competição também. E o objetivo passava pela conquista do segundo triunfo em dois jogos e dar um passo importante rumo à próxima fase da Liga Europa.

O Sp. Braga entrou com o pé direito no novo formato da competição ao derrotar, em casa, o Maccabi Telavive por 2-1, ainda que o triunfo tenha sido alcançado apenas na parte final da partida e devido à inspiração de Bruma. Agora, num jogo bem mais complicado e num palco tradicionalmente hostil para os adversários, os arsenalistas estavam privados de João Moutinho, Paulo Oliveira e Rodrigo Zalazar, peças importantes na última temporada, bem como do reforço Robson Bambu.

O dia 800 de Carlos Carvalhal trouxe um jogo a 180º: Sp. Braga vence Maccabi Telavive com reviravolta nos últimos minutos

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“Respeitamos muito o Olympiacos, sabemos quais são os seus pontos fortes, como eles sabem os nossos. Teremos fragilidades e o Olympiacos também, como todas as equipas do mundo e amanhã [quinta-feira] vamos esgrimir argumentos para poder vencer. Se dissesse que já estava a pensar no jogo seguinte, seria um grande desrespeito para com o Olympiacos, que é um grande clube. Independentemente de quem vier a seguir, o foco está apenas e só no Olympiacos, até pelo respeito, pela história e por ser o detentor da Liga Conferência”, sublinhou o técnico português na conferência de imprensa de antevisão ao encontro.

O primeiro encontro de sempre entre gregos e portugueses começou com duas modificações nos arsenalistas em relação ao último jogo (4-0, Rio Ave), com Arrey-Mbi e André Horta a surgirem no onze inicial. Do outro lado, José Luis Mendilibar apostou nos portugueses Costinha, David Carmo, Chiquinho e Gelson Martins, com Sérgio Oliveira a surgir no banco de suplentes. O jogo iniciou-se com os thrylos pressionantes e a criarem dificuldades ao Sp. Braga na primeira fase de construção. No primeiro lance de perigo, Gelson ganhou as costas à defensiva bracarense e serviu El Kaabi para o golo, mas o lance acabou invalidado por fora de jogo do internacional português (4′). Na resposta, Bruma tentou o chapéu a Tzolakis, mas a bola saiu muito torta (7′).

Depois de um início de parada e resposta, o ritmo do jogo baixou, embora as oportunidades tenham continuado a surgir. No primeiro remate enquadrado da turma portuguesa, Roberto Fernández cabeceou para as mãos de Tzolakis (22′). Na jogada seguinte, Rodinei ganhou na disputa com Martín e rematou cruzado para intervenção de Matheus (25′). Os gregos continuaram por cima, mas o guarda-redes brasileiro voltou a levar a melhor no duelo com Hezze, que atirou de fora da área (31′). Pouco depois, Retsos cabeceou por cima (33′) e, numa triangulação com André Horta e Bruma, Ricardo Horta obrigou Tzolakis a uma grande defesa (38′). A fechar a primeira parte, o médio português não conseguiu aliviar uma bola, Gelson amorteceu na meia-lua e El Kaabi atirou para o golo, contando ainda com um desvio em João Ferreira (45′).

Ao intervalo, Carvalhal operou duas substituições, colocando em ação Gharbi e Gorby, mas não conseguiu quebrar a supremacia do Olympiacos e melhorar o jogo ofensivo nos primeiros minutos. Na sequência de mais um erro, Rodinei arrancou pela direita, tentou o cruzamento, Niakaté não conseguiu aliviar e Hezze apareceu a finalizar de primeira para o 2-0 (53′). Pouco depois, Chiquinho apareceu com perigo na área adversária e ficou perto de faturar contra a antiga equipa (55′). O médio acabou por lesionar-se nesse lance e foi substituído de seguida pelo 70 vezes internacional brasileiro Willian.

O cenário ficou ainda mais negro pouco depois, com Matheus a falhar um passe e Rodinei a servir El Kaabi para o terceiro golo grego no espaço de 14 minutos (59′). Carlos Carvalhal voltou a recorrer para tentar a resposta, lançou Victor Gómez, Roger e El Ouazzani, mas a exibição continuou muito cinzenta. Ainda assim, Ricardo Horta ficou perto de marcar num chapéu a Tzolakis, mas David Carmo cortou em cima da linha de baliza (70′). A fechar a partida, Costinha ficou muito perto do quarto golo (84′) e João Ferreira cabeceou ligeiramente ao lado (90+3′). Com o resultado expressivo confirmado (3-0), o Sp. Braga não conseguiu dar seguimento ao bom início na Liga Europa e foi ultrapassado pelo Olympiacos na classificação devido ao total de golos marcados.