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Israel aplica no Líbano uma estratégia semelhante à que seguiu em Gaza, e tenta cercar as forças do Hezbollah por terra, mar e ar. As autoridades libanesas indicaram que 1,2 milhões de pessoas (entre civis e combatentes) estão deslocadas devido aos confrontos e o número pode não ficar por aqui. Esta sexta-feira, Israel apelou à retirada de civis de mais de 30 localidades no sul do Líbano, um pedido que tem feito noutros dias, para visar infraestruturas que diz serem usadas por militantes do movimento xiita libanês.
A promessa de Israel é que vai continuar “enquanto for necessário para destruir toda as infraestruturas a partir das quais o Hezbollah planeia lançar ataques”, disse o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, que garantiu: Israel tem “mais surpresas reservadas” para o grupo armado. “O Hezbollah está a ser alvo de golpes muito severos, um após outro. Eliminámos Nasrallah e temos mais surpresas reservadas, algumas das quais já foram levadas a cabo e outras ainda o serão”, declarou. As reservas de mísseis e rockets “sofreram um golpe duro”. “Uma parte significativa foi destruída como resultado de uma operação precisa”, acrescentou.
Na quinta-feira, Israel adiantou que matou cerca de 60 combatentes do Hezbollah em ataques aéreos no Líbano, depois de atingir cerca de 200 alvos, incluindo infraestruturas militares, armazéns com armas e pontos de observação. E nove soldados israelitas morreram durante confrontos diretos no sul do Líbano com elementos do Hezbollah, as primeiras mortes desde que Israel iniciou a “incursão terrestre”.
A Organização Mundial da Saúde, por sua vez, denunciou a morte de 28 profissionais de saúde nas últimas 24 horas, quer em ataques aéreos israelitas em Beirute, como em confrontos entre o exército israelita e o Hezbollah no sul do país. Segundo o Ministério da Saúde libanês, ao todo, a ofensiva israelita aérea e terrestre contra o Líbano já matou 97 profissionais de saúde.
Foi no início desta semana que as forças israelitas anunciaram o envio de tropas por terra para o Líbano numa operação que garantiu ser “limitada, localizada e direcionada”. Mas dias depois, “tornou-se evidente que Israel tinha lançado uma invasão em grande escala, com sinais de que a ofensiva terrestre poderia atingir profundamente o território libanês”, escreve o Washington Post.
Além do foco no sul, a capital Beirute tem sido alvo de ataques diários. A ofensiva militar no Líbano lançada por Israel escalou esta quinta-feira, com uma nova ronda de ataques contra o sul da capital libanesa, que causou as maiores e mais violentas explosões de todos os ataques aéreos das forças israelitas nas últimas semanas.
As forças de defesa de Israel anunciaram esta sexta-feira que mataram o responsável do Hezbollah pelas comunicações, o comandante Mohammed Rashi Sakafi, num ataque em Beirute, na quinta-feira. Sakafi comandava a divisão de comunicações do grupo desde 2000 e era próximo aos altos funcionários do Hezbollah. No dia anterior, as IDF tinham anunciado a morte do responsável pelo projeto de produção de mísseis de precisão.
Israel tem garantido, porém, que se trata de uma operação” limitada” mas, escreve o ABC, são já cinco as divisões mobilizadas. O The Wall Street Journal escreve que Israel enviou mais tropas esta semana para reforçar as forças que lutam contra o Hezbollah, dentro do Líbano.
Segundo o Instituto para o Estudo da Guerra, na quinta-feira as IDF “continuaram a avançar no sul do Líbano”, especialmente à volta das aldeias de Aitaroun e Yaroun.
NEW w/ @criticalthreats | Israel–Hamas War (Iran) Update, Oct. 3: The IDF continued advancing into southern Lebanon on October 3. Geolocated imagery indicates Israeli troop movements around the western axis of advance, specifically around Aitaroun and Yaroun. 1/4 pic.twitter.com/Aiupqpy3G8
— Institute for the Study of War (@TheStudyofWar) October 4, 2024
É neste contexto de tensão que aterrou em Beirute o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araghchi, esta sexta-feira. A chegada aconteceu algumas horas depois de ataques aéreos atingirem localidades perto do aeroporto, avança a Reuters. Abbas Araghchi vai encontrar-se com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, e o presidente do Parlamento do país, que é próximo do Hezbollah, Nabih Berri.