A ideia de que a Ligue 1 é demasiado pequena para o PSG, devido à capacidade de investimento que abriu a porta a uma autêntica hegemonia interna por parte dos parisienses, é um dado adquirido. Em teoria, o PSG tem a obrigação de ser campeão francês e está talhado para voos bem mais altos — o problema é que os anos passam e os pés não saem do chão.

E esta semana trouxe mais uma prova disso mesmo. Depois de uma vitória curta contra o Girona na primeira jornada da Liga dos Campeões, o PSG foi a Londres perder com o Arsenal e dar mais uma prova de que ainda não pode ser considerado um claro candidato à conquista da principal competição europeia. No primeiro grande teste da temporada, a equipa de Luis Enrique chumbou. E precisava de dar a volta.

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Este domingo, o PSG visitava o Nice no Allianz Riviera e estava obrigado a vencer para se manter na liderança dividida com o Mónaco, que já tinha derrotado o Rennes nesta jornada. E Luis Enrique tinha noção da importância de um triunfo dias depois da desilusão contra o Arsenal e enquanto garantia da manutenção do primeiro lugar na antecâmara da pausa para os compromissos das seleções.

“Quando há uma derrota, o grande responsável sou eu. É sempre o treinador. Quero proteger os meus jogadores. O único a culpar, se é preciso apontar dedos, sou eu. E as derrotas também podem ser positivas, porque sublinham as áreas em que precisamos de trabalhar mais para os próximos jogos. Acordo todos os dias com o desejo de ganhar cada competição. Mas para lá chegarmos temos de ter um processo e só estamos no início. A este nível, não podemos ter sempre um resultado favorável. Não somos perfeitos e nunca vamos ser, mas vamos continuar a trabalhar e a lutar porque o grupo tem esse mindset“, explicou o treinador espanhol.

Neste contexto, este domingo, Luis Enrique mantinha João Neves e Nuno Mendes no onze, deixando Vitinha no banco, e apostava no regresso de Dembélé, que foi afastado depois de uma discussão com o treinador e reintegrado depois de pedir desculpa. Kolo Muani era a referência ofensiva, com Bradley Barcola aberto na esquerda, e Zaïre-Emery e Fabián Ruiz compunham o meio-campo. No Nice, que vinha de três jogos sem ganhar e de uma goleada sofrida contra a Lazio na Liga Europa, Franck Haise tinha Evann Guessand e Jeremie Boga no apoio mais direto a Mohamed-Ali Cho no ataque.

Numa primeira parte muito dividida, onde o Nice até teve os primeiros lances de perigo e o PSG só reagiu a partir da meia-hora e muito por intermédio da vertigem de Barcola, foi mesmo a equipa da Côte d’Azur a inaugurar o marcador. Já muito perto do intervalo, Ali Al-Abdi rematou de fora de área e beneficiou de um desvio de Nuno Mendes para enganar Donnarumma (39′), levando o PSG a perder para o balneário.

Luis Enrique reagiu e mexeu logo ao intervalo, trocando Kolo Muani por Lee Kang-in, e os parisienses não demoraram dez minutos a empatar. Dembélé desequilibrou na direita e encontrou Nuno Mendes à entrada da grande área, com o lateral português a rematar rasteiro de primeira para bater Marcin Bulka (52′). Pouco depois, Franck Haise foi forçado a realizar a primeira substituição por lesão do central Ndayishimiye, lançando Antoine Mendy.

Vitinha entrou a cerca de 20 minutos do fim, numa segunda parte totalmente dominada pelos parisienses, e Luis Enrique ainda colocou Marco Asensio em campo, mas já nada mudou. O PSG não foi mesmo além de um empate contra o Nice, dias depois de perder com o Arsenal na Liga dos Campeões, e está agora a dois pontos da liderança isolada do Mónaco na Ligue 1.