A Amnistia Internacional considerou esta segunda-feira que o prolongamento durante um ano da guerra entre Israel e o Hamas é sinal de “um fracasso coletivo da Humanidade”, sublinhando que foram cometidas várias atrocidades.
Lamentando que ainda não tenha havido um cessar-fogo nem libertação de reféns, a organização de defesa dos direitos humanos afirma que a necessidade de respeitar os “direitos de todas as vítimas à verdade, à justiça e à reparação” é mais premente do que nunca.
Em comunicado esta segunda-feira divulgado para assinalar o primeiro aniversário dos ataques do grupo islamita Hamas a Israel, que conduziram à guerra, a secretária-geral da organização, Agnes Callamard, descreveu o 7 de outubro como “um dia de luto”.
“É um dia de luto para os israelitas cujos entes queridos foram mortos e raptados e para milhares de pessoas que continuam a ser deslocadas desde os hediondos ataques do Hamas e de outros grupos armados”, afirmou, referindo que se assinala também “um ano desde o início da terrível ofensiva das forças israelitas em Gaza, que matou dezenas de milhares de pessoas, deslocou à força 90% da população e desencadeou uma catástrofe humanitária sem precedentes, colocando os palestinianos de Gaza em risco de genocídio”.
Há exatamente um ano, cerca de mil combatentes do Hamas atacaram inesperadamente o território israelita, matando quase 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns, dos quais quase 100 continuam detidos.
O governo de Telavive prometeu aniquilar o movimento islamita, considerado terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.
As investidas de Israel na Faixa de Gaza já mataram cerca de 41.500 pessoas e forçaram quase dois milhões de pessoas a fugir de casa.
“A guerra prossegue sem fim à vista”, lembrou a responsável da Amnistia Internacional, afirmando que “a necessidade de um cessar-fogo, de respeito pelo direito internacional e pelos direitos de todas as vítimas” é “mais premente do que nunca”.
O aniversário, adiantou Agnes Callamard, “é um lembrete sóbrio da necessidade urgente de abordar as causas profundas, cortar o fornecimento de armas a todas as partes e acabar com a impunidade de longa data que tem visto as forças israelitas, o Hamas e outros grupos armados desrespeitarem o direito internacional durante décadas sem temerem quaisquer consequências”.
Apelando a “um cessar-fogo imediato e à libertação imediata e incondicional dos reféns civis detidos pelo Hamas e outros grupos armados e de todos os palestinianos detidos ilegalmente por Israel”, a líder da Amnistia Internacional sublinhou que “o mundo nunca deve esquecer as vítimas e a angústia das famílias afetadas”.
A organização pediu a responsabilização daqueles que cometeram “assassinatos deliberados, raptos e ataques indiscriminados, incluindo ataques com ‘rockets’ contra Israel, e dos que são culpados de crimes de guerra, “incluindo ataques diretos a civis e objetos civis ou ataques desproporcionados e ilegais”.