Cinco meses depois, as luzes do Norte desceram novamente até latitudes muitos baixas e onde são muito raras de avistar. Resultado: na noite desta quinta-feira, se esteve num local com pouca luz e com o céu sem muitas nuvens, pôde ver auroras boreais em Portugal. Esta sexta-feira eram várias imagens a circular nas redes sociais. Mostram as luzes, sobretudo em tons rosa e roxo, a colorirem várias zonas no Centro e Norte do País e a chegarem mesmo a Évora. Acontece o mesmo no Sul de Espanha, até nas ilhas baleares, e um pouco por toda a Europa.

A culpa é de uma enorme tempestade solar. Uma erupção na crosta do Sol, que ocorreu às primeiras horas da madrugada de dia 9, de classe X, uma das mais intensas, e que seguiu em direção à Terra. Na noite desta quarta-feira, quando atingiu a atmosfera terrestre, a tempestade geomagnética era de intensidade G4, num máximo é G5, com um índice de magnitude Kp de 8, no máximo de 9.

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É esta intensidade e magnitude que permite que as auroras boreais sejam visíveis em latitudes mais a Sul, cerca de 40 a 44º, e não fiquem limitadas às luzes do Norte, nome pelas quais são conhecidas, já que as partículas emitidas nas tempestades solares são atraídas pela zona magnética dos polos, nomeadamente do Polo Norte. A hora prevista da chegada da tempestade era às 17h00 (mas com uma grande margem de incerteza). Mas, mal se pôs o sol, não houve atrasos: chegaram as primeiras imagens.

A maioria em tons rosa ou roxo. Algumas verdes. As cores dependem dos gases — do tipo de partículas de oxigénio ou nitrogénio — e da altitude em que entram na atmosfera.

Muito intensas nas zonas habituais (Islândia, Noruega, Suécia), mas ténues nos países onde são tão raras, como Portugal ou Espanha — as auroras apareceram  visíveis bem a Sul, até nas ilhas baleares.

A 10 de maio Portugal tinha assistido a uma rara aurora boreal. A primeira desde 25 de janeiro de 1938. Agora, bastaram cinco meses para voltar a ver novamente uma.

Auroras boreais coloriram os céus de Portugal