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Auroras boreais coloriram os céus de Portugal

Este artigo tem mais de 6 meses

A última grande aurora boreal em Portugal foi a 25 de janeiro de 1938, sendo que "só há relatos". A culpa é de uma tempestade solar de rara intensidad.

7 fotos

Os céus de Portugal foram esta sexta-feira à noite ‘contemplados’ com auroras boreais, fenómeno associado à tempestade solar de rara intensidade que está a afetar a Terra, uma das maiores dos últimos 20 anos.

Desde sexta-feira à noite que a página na rede social Facebook “Meteo Trás-os-Montes” está a divulgar fotografias deste fenómeno, em tons de roxo ou rosa, que apareceu nos céus de Portugal.

Entre as várias localidades onde surgiram registos fotográficos estão Chaves e Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real, Bragança, Viseu, Seia e Celorico da Beira (Guarda), Condeixa (Coimbra), Santarém ou Portalegre.

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“Nós já estávamos a esperar esta noite com expectativa, pois as agências norte-americanas já tinham alertado que a tempestade solar que nos ia atingir seria das maiores desde que há registos. Havia de facto possibilidade de se registar a aurora em locais pouco habituais”, realçou Márcio Santos, criador da página “Meteo Trás-os-Montes”, sublinhando que os “registos fabulosos” superaram “e muito as expectativas”.

Márcio Santos apontou ainda à agência Lusa que a última grande aurora boreal em Portugal foi a 25 de janeiro de 1938, sendo que “só há relatos”. “Ilustrada desta forma é inédito”, vincou este aficionado por meteorologia.

O fenómeno raramente visível nos céus de Portugal deve-se a uma tempestade solar de rara intensidade que começou a afetar a Terra esta sexta-feira.

Este tipo de tempestade afeta particularmente as latitudes norte e sul, em torno dos polos, explicou esta sexta-feira à agência France-Presse (AFP) Mathew Owens, professor de física espacial da Universidade de Reading.

E “quanto mais forte a tempestade, mais baixa ela vai em termos de latitude”, explicou.

O evento está, por isso, a gerar a ‘famosa’ aurora boreal no Hemisfério Norte, inclusive em regiões onde não são habituais.

Além de Portugal, outros países europeus como Espanha, França, Reino Unido, Roménia ou Ucrânia também estão a registar estes fenómenos.

Nos Estados Unidos, a aurora boreal era esperada na maior parte da metade norte do país, e talvez tão baixa quanto no Alabama ou no norte da Califórnia, de acordo com a agência dos EUA para os Oceanos e a Atmosfera (NOAA, na sigla em inglês).

“Se estiver em algum lugar escuro, sem nuvens e com pouca poluição luminosa, poderá ver algumas auroras boreais bastante impressionantes”, garantiu Rob Steenburgh, cientista do Centro de Previsão do Clima Espacial dos EUA (SWPC, na sigla em inglês).

Esta tempestade solar pode também causar perturbações nas redes elétricas e de comunicações, alertaram as autoridades norte-americanas.

Uma das maiores tempestades eletromagnéticas registadas está a atingir a Terra

O SWPC emitiu um alerta de tempestade geomagnética de nível 4, numa escala de 5.

“Uma série de erupções de massa coronal, que são explosões de partículas energéticas e campos magnéticos do Sol, são direcionadas para a Terra”, explicou Shawn Dahl, cientista deste centro associado à NOAA.

Observar auroras boreais em latitudes tão baixas, como Portugal e Espanha, é raríssimo. Em Portugal não existe, por isso, nenhum órgão oficial que faça o registo destes fenómenos. Não é feito o registo das auroras, mas é registado o efeito das tempestades geomagnéticas.

O ano passado, em 2023, também foi observada, em latitudes tão baixas, menos de 40º, uma aurora boreal na zona da Figueira da Foz e em várias zonas do sul da Europa.

Aurora boreal desceu do Norte e iluminou os céus de Espanha até à Grécia e houve quem a visse em Portugal (a foto do céu lilás na Figueira)

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