O antigo árbitro internacional Artur Soares Dias sublinhou este domingo à Lusa que o futuro da arbitragem nacional está “salvaguardado”, ressalvando, ainda assim, que é “preciso ter paciência” e dar “oportunidade” aos jovens árbitros.
“Tendo em conta a quantidade de jovens árbitros que aqui estão hoje, a arbitragem está salvaguardada. Há que dar-lhes oportunidades e ter paciência, à semelhança dos jovens jogadores que no início vão errar mais do que acertam. Há que os formar para amanhã serem melhores e mais bem-sucedidos”, asseverou à margem do 23.º Encontro Nacional do Árbitro Jovem, promovido pela Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), em Óbidos, e no qual foi um dos oradores.
O antigo “juiz”, de 45 anos, foi um dos mais requisitados para as fotografias após a conferência “No topo do Mundo”, uma das várias iniciativas que decorrem durante o fim de semana, e referiu que o “importante é a valorização de uma carreira” que considera ter sido “longa” e que “foi fruto de muito esforço, dedicação e empenho”.
Questionado sobre a mudança de paradigma na forma como é encarada a figura do árbitro, Soares Dias destacou o momento que marcou recentemente o fim de carreira do árbitro Nuno Almeida — foi brindado com guarda de honra e muitos aplausos –, acrescentando que “em Portugal tarda em acontecer comportamentos desse tipo”, mas mostrando-se otimista de que a “valorização da cultura desportiva vai acabar por ocorrer”.
Já sobre o futuro e uma eventual candidatura à presidência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, o ex-árbitro referiu que é “desrespeito” falar na “sucessão”.
“O dia de amanhã ninguém sabe, mas é um desrespeito quando alguém está no ativo com excelentes desempenhos, como é o caso do Pedro [Proença], estar a falar na sucessão”, ripostou, já depois de ter sublinhado que “Pedro Proença é um bom exemplo de um trabalho fantástico que realizou, não só como árbitro, mas também como dirigente”.