O Ministério Público (MP) arquivou o processo que investigava alegadas pressões que o ex-presidente do BES Investimento, José Maria Ricciardi, teria exercido sobre o antigo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em relação à privatização da REN.

Num despacho a que a CNN Portugal teve acesso, lê-se que as pressões “estão nos limites do admissível”. Entre janeiro e julho de 2012, José Maria Ricciardi e Pedro Passos Coelho foram apanhados em escutas pelas autoridades e em causa podiam estar crimes de tráfico de influências. No entanto, o Ministério Público não teve esse entendimento.

Uma dessas escutas aconteceu cerca de quinze dias antes de o governo liderado por Pedro Passos Coelho ter dado luz verde à privatização da REN. Na conversa, José Maria Ricciardi, que assessorava a proposta da chinesa State Grid, requisitou informações ao antigo-primeiro-ministro. Porém, o ex-líder do PSD pediu que não “levasse a mal”, mas que não “podia falar com ele sobre essa matéria”.

Em 2014, em declarações ao jornal Expresso, José Maria Ricciardi admitiu que existiram pelo duas conversas com Pedro Passos Coelho. “Não configura ilicitude, irregularidade ou sequer censura, o eventual protesto ou desabafo da minha parte perante membros da administração pública, destinado justamente a evidenciar a necessidade de garantir a transparência das regras do concurso e assegurar a igualdade de oportunidades facultadas aos concorrentes”, argumentou então.

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