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O número dois do movimento xiita libanês Hezbollah, Naïm Qassem, declarou esta terça-feira a Israel que “a solução” para o regresso a casa dos deslocados é “um cessar-fogo” e ameaçou, caso contrário, atacar o país vizinho “em todo o lado”.
Num discurso gravado e transmitido pelo canal do movimento pró-iraniano, Naïm Qassem anunciou uma “nova equação”, com o ataque de domingo a uma base militar a sul de Haifa, o mais mortífero do Hezbollah em solo israelita desde a escalada no conflito registada há quase um mês.
Qassem é o líder “de facto” do Hezbollah desde que o seu secretário-geral, Hassan Nasrallah, foi assassinado por Israel, a 27 de setembro, e é a terceira vez que se pronuncia desde a sua morte.
“A solução é o cessar-fogo. Não estou a falar a partir de uma posição de fraqueza, porque se Israel não o quiser, nós continuaremos” com os ataques, avisou Naïm Qassem, insistindo: “Não seremos derrotados, porque esta é a nossa terra”.
“Após o cessar-fogo, nos termos de um acordo indireto, os israelitas “poderão regressar ao norte [do país] e serão decididas as etapas seguintes”, afirmou o número dois do poderoso partido-milícia libanês.
Em contrapartida, se “a guerra continuar, as zonas desertas serão mais numerosas, com centenas de milhares ou mesmo dois milhões [de israelitas] que se encontrarão em perigo”, prosseguiu.
Há mais de um ano que Israel e o Hezbollah, aliado do movimento islamita palestiniano Hamas, mantêm fogo cruzado transfronteiriço, que se transformou em guerra aberta há mais de três semanas.
Desde 23 de setembro, pelo menos 1.315 pessoas foram mortas no Líbano, segundo uma contagem da agência noticiosa francesa AFP a partir de dados oficiais, e mais de um milhão viu-se obrigado a abandonar as suas casas.
O Hezbollah afirma agora estar envolvido em “combate corpo-a-corpo” com as tropas israelitas no sul do Líbano.
Israel, por seu lado, intensificou os bombardeamentos aéreos ao Líbano, nomeadamente no sul e leste do país e nos subúrbios sul de Beirute, bastiões históricos do grupo xiita.
“Como o inimigo israelita está a bombardear todo o Líbano, nós temos o direito, numa posição defensiva, de atacar em todo o lado a entidade inimiga israelita: no centro, no norte e no sul”, ameaçou ainda Qassem.
“Escolheremos o local que considerarmos apropriado”, continuou, referindo os recentes ataques a Telavive e Haifa que criam, na sua opinião, “uma nova equação, a do sofrimento do inimigo”.