O Tribunal Local Criminal de Lisboa condenou a influencer Joana Mascarenhas — que afirmou no ano passado ter mergulhado a filha, à data com três anos e meio, em água fria para que a criança parasse de chorar — a uma pena de prisão de dois anos e seis meses, suspensa na sua aplicação, pelo crime de violência doméstica. A notícia, avançada pelo Jornal de Notícias, dá conta de que a defesa da influencer de 36 anos vai recorrer.

O tribunal deu como provado dois episódios tornados públicos pela própria num vídeo publicado no Instagram, onde contou que para parar as birras da filha submergia a menor em água fria vestida — o que gerou inúmeras críticas e acusações de maus tratos nas redes sociais.

[Já saiu o terceiro episódio de “A Grande Provocadora”, o novo podcast Plus do Observador que conta a história de Vera Lagoa, a mulher que afrontou Salazar, desafiou os militares de Abril e ridicularizou os que se achavam donos do país. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube. E pode ouvir aqui o primeiro episódio e aqui o segundo.]

“Não é forma de cuidar”, alerta juíza

Um desses momentos aconteceu em maio de 2023, quando a arguida, à data com 35 anos, e a filha estavam junto à piscina do prédio onde vivem, em Lisboa. A criança chorava alto, e a mãe pegou nela e submergiu-a na piscina até à zona do queixo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O segundo episódio aconteceu durante uma madrugada. A menina foi colocada com o pijama vestido na banheira de casa com água fria. Também com o objetivo de parar uma birra.

Segundo o JN, a influencer confirmou em tribunal o que havia contado no Instagram, defendendo que pretendia apenas acalmar a filha e não fazer-lhe mal, dizendo mesmo que desde então já não voltou a fazê-lo. Para o tribunal, a justificação não colheu. A juíza responsável disse mesmo que a menina só parava de chorar com aquela atitude da mãe, porque “ficava assustada”: “É uma forma de resolução à força. […] Não é uma forma de cuidar”.

O que dizia a acusação

Um dos episódios que sustentava a acusação, conhecida em setembro, era precisamente o da piscina. Aconteceu em maio de 2023 e, segundo o Ministério Público, a criança “cessou a birra” porque ficou assustada.

Influencer vai a julgamento por mergulhar filha em água fria quando a criança fazia birras

Na acusação, o MP sustentava que a arguida, ao agir como agiu, quis molestar “física e psiquicamente” a filha, submetendo-a a um tratamento indigno, inesperado e suscetível de lhe causar frio, choque térmico, desconforto, angústia e de a atemorizar”.