Uma empresa, com sede na Albânia, detida por dois diretores da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), está a ser investigada pelo Ministério Público, de acordo com o jornal Público, na edição desta quinta-feira.

A empresa Red Sky pertence a Bruno Ventura, subdiretor da direção de sistemas e tecnologias de informação, e Magda Lapa, diretora-geral do departamento de jogos, e chamou à atenção das autoridades durante a investigação ao concurso limitado por prévia qualificação da Santa Casa para a aquisição da plataforma do contact center, que já motivou buscas na instituição.

Nesse processo investiga-se um alegado favorecimento à consultora Accenture, onde terão trabalhado Bruno Ventura e outros dois funcionários da SCML.

O ex-administrador da Santa Casa Global, Ricardo Gonçalves, também tem uma empresa sediada na Albânia, a Cler, com o mesmo capital social e o mesmo objeto social da Red Sky. A morada dos proprietários também é a mesma, uma quinta na zona do Cartaxo que é propriedade de dois sócios da Infinite Digital, que presta serviços à SCML através da FDJ Gaming Solutions UK Limited, empresa da Française des Jeux, que explora as lotarias em França.

A Infinite Digital tem como gerente Rui Falcão de Campos que ao Público diz não conhecer pessoalmente Bruno Ventura, Magda Lapa e Ricardo Gonçalves, embora saiba quem são.

Ricardo Gonçalves, por sua vez, explica que escolheu a Albânia pelas condições fiscais mais favoráveis para as empresas e pelos custos com a contratação de engenheiros informáticos mais baixos. Quanto à questão da morada, refere que houve um erro, que resultou da troca de morada pela contabilista com outros clientes portugueses e que a correção será feita. Já os advogados de Bruno Ventura e Magda Lapa criticaram a abordagem das questões enviadas pelo jornal, dizem tratar-se do foro pessoal e repudiam que o tema tenha sido abordado junto da entidade patronal dos visados, frisando que se trata de matéria “sob investigação criminal”.

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