O ministro da Defesa considerou esta sexta-feira que o anúncio da abstenção do PS na votação do Orçamento do Estado, permitindo a sua aprovação, “é decisivo” para os militares e para responder a “problemas específicos” das Forças Armadas.
“Considerando que o Orçamento [do Estado] foi aprovado, isso é decisivo, desde logo para os militares dos três ramos das Forças Armadas. Nós começámos pelas pessoas, decidimos aumentar salários, decidimos atualizar muitos suplementos que têm que ver com prioridades e problemas específicos em todos os ramos”, disse Nuno Melo, em declarações aos jornalistas.
No final de uma reunião ministerial no quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas, Nuno Melo reconheceu que “a retenção é muito difícil” nas Forças Armadas e que o aumento dos suplementos para os militares é uma tentativa de responder a esse flagelo.
O ministro da Defesa Nacional, e também presidente do CDS-PP, parceiro de coligação do Governo PSD, recordou que em 2015 havia cerca de 30.000 militares nas Forças Armadas e que quando iniciou funções, em abril deste ano, havia cerca de 22.000, culpabilizando o anterior executivo pela saída de efetivos.
Nuno Melo acrescentou que este ano o Exército recebeu “mais 300 candidaturas do que no ano passado”, que a Força Aérea e a Marinha iam receber mais candidaturas também, sem concretizar, mas assumindo que foi possível fazer a “inversão dessa tendência” de saída de militares.