Um grupo de Técnicos Superiores de Saúde (TSS) exige ao Governo uma revisão salarial urgente, com efeitos a partir de janeiro de 2025, considerando que a falta de reconhecimento da carreira tem contribuído “para a insustentabilidade do SNS”.

Numa carta aberta endereçada ao Ministério da Saúde, à qual a Lusa teve esta terça-feira acesso, Biólogos, Bioquímicos, Físicos, Nutricionistas, Psicólogos Clínicos e Engenheiros Sanitaristas, que exercem atividade de TSS, manifestam “a sua profunda preocupação face ao desinvestimento grave e continuado que a sua carreira tem sofrido ao longo de três décadas”.

De acordo com estes profissionais, desde a criação da carreira, em 1991, não tem havido “qualquer revisão ou reestruturação”, sendo a “única sob a tutela do Ministério da Saúde nessa condição”.

“Exigimos uma atualização salarial urgente, com efeitos a janeiro de 2025, restabelecendo os níveis remuneratórios praticados em 1999“, salientam, reforçando que “a falta de revisão desta carreira, assim como a não adequação salarial, tem causado sérios prejuízos a estes profissionais e às unidades onde prestam serviço, contribuindo para a insustentabilidade do SNS“.

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Para os signatários, a medida “deve ser encarada como um investimento indispensável para garantir a sustentabilidade e a qualidade dos serviços prestados, assegurando condições dignas e justas” dos TSS.

“Os TSS desempenham funções críticas, especializadas e de elevada responsabilidade, sendo essenciais para o funcionamento transversal do SNS [Serviço Nacional de Saúde] e das unidades de saúde privadas”, sustentam.

Lembrando que o reconhecimento dos TSS deve ser “visto como um investimento estratégico e fundamental para a sustentabilidade do sistema de saúde”, os profissionais referem que o desinvestimento na carreira, “perpetuado pelos sucessivos governos, compromete a motivação e o moral destes quadros, impactando negativamente a qualidade dos cuidados prestados aos cidadãos”.

Os profissionais em causa atuam nas áreas das análises clínicas e embriologia (ramo de laboratório), genética humana (ramo de genética), física médica (ramo de física hospitalar), psicologia clínica (ramo de psicologia clínica), nutrição (ramo de nutrição) e saúde ambiental (ramo de engenharia sanitária), desenvolvendo e implementando novos métodos de diagnóstico, tratamento e prevenção em saúde.

“A sua atuação é determinante para a ligação entre a ciência fundamental e a prática clínica”, em unidades de cuidados de saúde primários, em ambiente hospitalar e em unidades laboratoriais e de investigação do SNS, acrescentam.