O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou esta quarta-feira que Évora não ficará sozinha na organização da Capital Europeia da Cultura em 2027 e prometeu o apoio permanente do Governo, na medida das “possibilidades” e daquilo que “é razoável”.
“Quero testemunhar, em nome do Governo, o apoio que daremos permanente, evidentemente na medida das nossas possibilidades, na medida daquilo que é razoável e na medida daquilo que é a disponibilidade que temos”, salientou o chefe do Governo, em Évora.
Luís Montenegro discursava na cerimónia de tomada de posse da direção da associação gestora da Capital Europeia da Cultura (CEC) Évora_27, realizada no Palácio de D. Manuel, na cidade alentejana.
Dirigindo-se a Évora, o primeiro-ministro salientou que “não ficarão sozinhos” e assinalou a presença na cerimónia dos ministros Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, e da Cultura, Dalila Rodrigues.
“Será da colaboração entre estes dois membros do Governo, sobretudo, que se poderão arranjar soluções de financiamento e de acompanhamento permanente da atividade da associação e da preparação do evento de 2027”, sublinhou.
No final da cerimónia, questionado pelos jornalistas sobre se ficou preocupado com as palavras do primeiro-ministro, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, lembrou o compromisso já assumido para a concretização do projeto.
“Há um compromisso do Governo português, quer do anterior, quer do atual, com a Capital Europeia da Cultura”, afirmou, destacando tratar-se de “um contrato internacional, que é feito entre o município, o Governo e a Comissão Europeia”.
Por isso, disse estar “certo de que o financiamento que ainda não está definido vai aparecer para garantir que a Capital Europeia da Cultura cumpre” o que está no dossiê de candidatura, “que foi eleito como Capital Europeia da Cultura para 2027”.
Já antes, na sua intervenção na cerimónia, o autarca se tinha dirigido ao primeiro-ministro e aludido à questão do financiamento do projeto.
“Um dos principais problemas para o avanço e concretização de Évora 2027, a par do funcionamento da associação, decorre da incerteza quanto às componentes fundamentais do financiamento”, quer imaterial, gerida pela associação, quer material, cuja gestão é do Município de Évora.
“Na componente imaterial, destaco a urgência do lançamento do convite aberto à apresentação de projetos pelos agentes e criadores culturais locais e regionais”, precisou, acrescentando que, quanto à componente material, existe “urgência do financiamento para o pavilhão multiúsos” previsto no projeto.
Agora que a direção da associação gestora da CEC Évora_27 já foi empossada e “dada a premência do tempo”, o presidente da câmara disse estar “certo” de que “o Governo está a dar e dará os passos necessários” para que sejam ultrapassadas as questões “complexas dos financiamentos”.
Com um total de cerca de 49 milhões de euros, a dotação financeira de Évora_27 é composta por 15 milhões do Orçamento do Estado, 10 milhões de fundos europeus, quatro milhões do Turismo, cinco milhões para territórios envolventes e os restantes 15 milhões subscritos pelo município e parceiros.
Évora e o Alentejo devem aproveitar a Capital Europeia da Cultura, segundo Montenegro
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, considerou esta quarta-feira que Évora e o Alentejo devem aproveitar a Capital Europeia da Cultura (CEC) em 2027 para potenciar o que a região já tem e estimular a criação cultural.
“Uma CEC proporciona alimentarmos aquilo que já temos e, sobretudo, estimular aquilo que ainda não temos e que temos capacidade e potencial para podermos construir”, afirmou Luís Montenegro.
Discursando na tomada de posse da direção da associação gestora da CEC Évora_27, na cidade alentejana, o chefe do Governo frisou que a iniciativa é, por um lado, uma oportunidade para se fazer a preservação e a divulgação dos costumes e tradições.
“E, por outro, para regenerar e requalificar alguns espaços mais nobre, construir outros, erguer oportunidades para mostrar tudo aquilo que sabemos fazer”, continuou, apontando como o mais importante “estimular a cultura portuguesa numa dimensão que vai além do património, identidade e tradição”.
Montenegro apelou a todos para que “não percam a oportunidade” e “aproveitem este horizonte de promoção desta terra para cumprirem estes dois desígnios”.
“Se cumprirem estes dois desígnios, Évora Capital Europeia da Cultura 2027 será um sucesso e, se todos remarem para o mesmo lado, o sucesso é muito mais fácil”, sublinhou.
Assinalando que “Évora tem condições únicas, é Património da Humanidade, é uma cidade-museu, é uma cidade com muito passado”, o primeiro-ministro vincou que “é também uma cidade com futuro”.
“Mais do que uma cidade é, nesta circunstância, uma expressão de toda uma região e uma expressão de tudo o que significa a identidade de Portugal e da identidade deste conjunto de comunidades que compõem o Alentejo”, referiu Montenegro.