O diretor nacional da PSP, Luís Carrilho, recusou, esta sexta-feira, comentar o caso da morte de Odair Moniz de forma directa, mas, em declarações à RTP, defendeu ser preciso esperar que a “justiça funcione”, reforçando que “ninguém está acima da lei”. Porém, a maior preocupação é garantir que o dispositivo policial está preparado para os eventos do fim de semana.
“Portugal é um estado de direito democrático e, por isso, todos estamos sujeitos à lei. E todos significa que também a polícia. Há um inquérito em curso, as investigações serão feitas e vamos aguardar que a justiça funcione”, disse à RTP, quando confrontado com incongruências na linha de tempo dos acontecimentos conhecidos sobre a morte de Odair Moniz na madrugada de segunda-feira na Cova da Moura.
E não mudou de posição quando questionado sobre possíveis falhas do primeiro comunicado. “Não falo sobre o caso concreto. Como disse Portugal é um estado de direito democrático. E o que significa isso? Ninguém está acima da lei. E a PSP é a instituição que mais escrutínio e controlo formal e informal, interno e externo tem. Sendo o primeiro a hierarquia, sendo também o sistema de justiça”, acrescentou.
E deixou uma garantia: a “preocupação” da polícia, além de lamentar a morte de Odair, é “garantir que a população se sinta em segurança”. “Tudo faremos para que durante os eventos do fim de semana a população se sinta em tranquilidade”, terminou.
A Vida Justa realiza este sábado uma manifestação, que vai começar às 15h00 no Marquês do Pombal, para reclamar justiça pela morte de Odair Moniz. Na quinta-feira, poucas horas depois do anúncio da iniciativa do Vida Justa, o presidente do Chega, André Ventura, anunciou também para sábado uma manifestação “em defesa da polícia”, que começa, pelas 15h00, da Praça do Município para a Assembleia da República. Em reação, o Vida Justa alterou o local de destino da manifestação para a Praça dos Restauradores.