Dois medicamentos para ajudar a deixar de fumar passaram, no início de outubro, a ser comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS). Os médicos aplaudem a iniciativa pública de comparticipar estes medicamentos de cessação tabágica, já que pode ajudar mais pessoas a largar o vício do tabaco.
A comparticipação pelo SNS pode ajudar a inverter a tendência recente de quebra no consumo destes medicamentos e de outros produtos para deixar de fumar (sobretudo adesivos e pastilhas). De acordo com dados do Infarmed, citados neste domingo pelo jornal Público, as vendas totais destes produtos (fármacos e outros) baixou de cerca de 157 mil embalagens em 2021 para menos de 115 mil no ano passado.
As vendas caíram depois de o medicamento Champix (que usava a substância ativa vareniclina) ter sido retirado do mercado, em 2021, pela farmacêutica Pfizer, pelo facto de este medicamente ter nitrosaminas, um composto químico que pode aumentar o risco de cancro. Esse era o único medicamento que era comparticipado pelo Estado.
Mas surge agora um medicamento genérico que usa a mesma substância ativa, o Cuitvar, que tem uma comparticipação de 37%, a mesma percentagem de outro fármaco, o Xistab que usa outra substância. Com a comparticipação, o primeiro medicamento custa cerca de 26 euros (embalagem com 56 comprimidos) ao passo que o segundo custa 61,42 euros (100 comprimidos).
“Todos os apoios e ajudas para quem tem a desgraça de estar ‘agarrado’ ao tabaco são bem-vindos, ainda que a farmacologia não seja tudo”, afirma Carlos Robalo Cordeiro, diretor do serviço de pneumologia da Unidade Local de Saúde de Coimbra, citado pelo Público.